Ônibus do Rio e SP podem parar por falta de combustível
Em São Paulo, entidade do setor diz que empresas possuem estoque de combustível apenas até sexta-feira
A greve dos caminhoneiros está provocando o desabastecimento de combustível, o que pode prejudicar o transporte de passageiros. Empresas de transporte de ônibus de São Paulo e Rio de Janeiro dizem que podem parar as atividades por falta de combustível.
No Rio, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) diz que o desabastecimento atingiu “um ponto extremamente crítico para a operação das empresas de transporte público, provocando impactos diretos na circulação dos ônibus em todo o Estado”. De acordo com levantamento da entidade, até 40% do porcentual da frota que não foi para as ruas nesta quarta-feira por indisponibilidade de combustível.
A entidade afirma que o cenário para quinta-feira pode ser agravado, “levando à retenção nas garagens de um número maior de ônibus, podendo atingir até 70% da frota”.
Em São Paulo, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), afirma que oito das catorze associadas possuem diesel apenas até esta quinta-feira. Outras seis possuem estoque suficiente para operar até sexta-feira.
Além das catorze empresas vinculadas à entidade, outras doze companhias operam na capital paulista, totalizando uma frota municipal de 14.000 ônibus que transportam cerca de 6 milhões de passageiros por dia e consomem cerca de 40 milhões de litros de diesel por mês, afirmou o SPUrbanuss.
A entidade disse que entrou em contato nesta quarta-feira com a prefeitura paulistana e demais órgãos competentes da cidade para manifestar sua preocupação sobre a situação. Procurada, a secretaria municipal de mobilidade e transportes não pode comentar o assunto de imediato.
No Rio, as empresas de ônibus que funcionaram informam que abasteceram a frota nos postos de gasolina, pois não receberam combustível nas garagens. “As reservas de óleo diesel nas empresas estão completamente comprometidas, com previsão de se esgotarem em até 24 horas.”
A entidade do Rio critica o reajuste dos preços dos combustíveis. “De 2017 para 2018, foram registrados reajustes de até 40% no valor do combustível. Trata-se do insumo de maior peso no custo de operação das empresas de transporte público.”
Milhares de caminhoneiros autônomos do país estão com os braços cruzados desde segunda-feira, cobrando do governo federal redução no custo do óleo diesel. Uma reunião da entidade que organiza o protesto, Abcam, na Casa Civil, ocorre na tarde desta quarta-feira e o resultado da discussão deve ser divulgado a partir das 17 horas.
(Com Reuters)