O impacto do coronavírus no mercado dos casamentos
Das novas propostas de decoração aos convites online, saiba como os fornecedores estão se preparando para o pós-pandemia

No sempre lucrativo e engenhoso mercado de festas, responsável por movimentar mais de 17 bilhões de reais por ano no Brasil, a pandemia do novo coronavírus causou um estrago sem precedentes – em especial, no ramo dos casamentos. Uma vez decretadas as medidas de isolamento, sumiram do calendário todos os eventos entre março e – para os mais otimistas – meados de julho, um abate de cerca de 40% da receita anual prevista para cerimonialistas, doceiros, floristas e toda sorte de profissionais envolvidos no “felizes para sempre”. Mesmo que com a maioria das celebrações reagendadas para o segundo semestre ou para 2021 (enquanto alguns corajosos encaram a cerimônia à distância ou online – leia reportagem aqui), o impacto dificilmente será atenuado. “A maioria dos cerimonialistas, por exemplos, vive por doze meses com os rendimentos da alta temporada, entre maio e outubro. É essencial que saibam negociar com o cliente”, explica Roberto Cohen, responsável por algumas das mais portentosas cerimônias do mercado.
O impacto é diferente para cada tipo de serviço: enquanto cerimonialistas e fotógrafos trabalham mediante pagamento prévio, floristas estão entre os que têm mais a perder com os adiamentos. Cerca de 90% das safras colhidas no início do ano foram completamente descartadas. “Como não sabemos quanto tempo a pandemia vai durar, fica impossível preparar para os eventos do segundo semestre. Cada flor tem um tempo de crescimento diferente e e não dá para prever quando se deve recomeçar o plantio”, explica o decorador Orlando Ambrósio. Para as primeiras festas pós-quarentena, a alternativa será trabalhar com cartelas de cores ao invés de espécies, dado que nem todas estarão disponíveis para colheita imediata quando tudo voltar ao normal. Para outros fornecedores, a crise ainda possibilita algumas inovações. Além de investir nos kits para festa caseira, compostos por um bolo pequeno e vinte docinhos, a doceira Andrea Schwartz decidiu enviar uma caixinha de quitutes para as noivas “adiadas”, no dia em que seria realizado o casamento. “É uma forma de marcar presença, de fazer o cliente sentir que não será abandonado”, explica a profissional.
Também entram em cena os convites online e ensaios “pré-wedding” feitos no capricho – onde mais? – em casa. Tudo sem custo extra para o casal. Se, ao sinal das primeiras restrições, houve quem tentasse imputar ao cliente o preço das perdas, agora, os fornecedores fazem o que for preciso para evitar a perda de contratos. “O mercado caiu em cima de todo mundo que tentou cobrar alguma multa ou aplicar a tabela de 2021. Agora não é hora de olhar a linha fina”, ressalta Cohen, que acredita que a crise pode trazer transformações positivas para o setor. “Penso que pessoas vão aceitar melhor os convites por WhatsApp em cima da hora, além de dar mais valor às confirmações de presença. O brasileiro é muito exigente para fazer festa. Talvez essa crise nos faça lembrar que a única coisa que ‘tem que ter’ em qualquer comemoração são os noivos com saúde”, diz o especialista.
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.