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O bom indicador do mercado financeiro para Bolsonaro

A inflação continua dar sinais de arrefecimento, mas a grande surpresa é a queda na projeção do IPCA para 2023

Por Luana Zanobia Atualizado em 4 jun 2024, 12h26 - Publicado em 22 ago 2022, 11h24

A inflação continua a dar sinais de arrefecimento. As perspectivas para este ano estão em queda pela oitava semana consecutiva, mas a boa notícia para o o presidente Jair Bolsonaro são as perspectivas para o próximo ano. A inflação caiu pela primeira vez para 2023, de acordo com a estimativa do mercado medido pelo Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 22.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 7,02% para 6,82% na estimativa para 2022. Para o próximo ano, o índice que era de 5,38% na semana passada baixou para 5,33%, sendo essa a primeira queda nas projeções dos preços para 2023. Apesar da inflação estar em queda, a preocupação do mercado era o transbordamento dos preços para o próximo ano, como vinha sendo projetado até então, mas mudanças no cenário econômico global estão gerando agora um revés nas projeções. Na última semana, a Petrobras reduziu novamente o preço da gasolina, sendo esse é o quinto movimento de baixa nos combustíveis e o terceiro em um mês. Os cortes estão relacionados com a queda do preço do barril no mercado internacional que tem precificado uma recessão global no radar e os dados de desaceleração da economia chinesa.

Embora essa nova projeção baixista PARA 2023 esteja relacionada em grande parte com o cenário macroeconômico global, o governo Bolsonaro terá agora mais um trunfo para se apropriar na campanha. A alta dos preços dos combustíveis no Brasil gerou um verdadeiro cabo de guerra entre o governo Bolsonaro e a Petrobras nos últimos meses com diversas trocas na presidência da companhia. Sem conseguir a interferência desejada, o governo articulou a redução do imposto sobre os combustíveis, o ICMS. A medida em vigor há quase dois meses gerou um alívio nos preços, mas segundo especialistas a medida isolada não seria suficiente para reduzir o de preço aos níveis atuais. Além disso, a medida é vista como temporária pelos especialistas no alívio da inflação devido ao aumento dos riscos fiscais gerados pelo atual governo com o novo estouro de gastos para ampliar os benefícios sociais. “O que está acontecendo é uma tempestade perfeita, no bom sentido. O governo está dando sorte de as commodities estarem baixando em pleno ano eleitoral”, diz Adriano Pires, economista especialista em petróleo que quase presidiu a Petrobras. Os riscos estavam precificados para o próximo ano, mas um desaquecimento mundial nas economias parece estar revertendo esse quadro para a sorte do atual governo.

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