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O banco no centro da disputa entre Lula e Bolsonaro

Candidatos e campanhas defendem a consolidação do BNDES como fiador de pequenas e médias empresas, em detrimento ao aporte concedido a grandes companhias

Por Victor Irajá Atualizado em 14 jun 2022, 15h14 - Publicado em 14 jun 2022, 12h39

Na fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez coro a uma ideia que ocupava suas caraminholas enquanto a Covid-19 começava a esgueirar-se no país. “Nós vamos botar dinheiro, e vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, afirmou o ministro na ocasião, quando discutia-se programas de crédito para empresas afetadas pela pandemia. A linha de atuação, porém, seguiu na linha reversa: graças ao descalabro provocado pela doença, o governo federal editou o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe, no mês seguinte, liberando linhas de crédito para pequenas e microempresas, e tornou-se permanente no ano passado. Em paralelo, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Gustavo Montezano, também aderiu à filosofia de financiamento para as “empresas pequenininhas”.

A estratégia do BNDES, segundo Montezano relata em conversas privadas, envolve tomar mais risco para fomentar as pequenas e médias empresas e impulsionar a economia brasileira. A medida envolve “transformar” o banco em um fiador para a tomada de crédito para estes empreendimentos por meio dos bancos comerciais e viabilizar os negócios menores em detrimento às linhas de crédito para grandes empresas, como ocorria nas gestões petistas com suas “campeãs nacionais”. A ideia encontra coro no que defendeu, nesta terça-feira, 14, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à rádio mineira Vitoriosa, Lula afirmou que, sob sua possível gestão, o BNDES priorizaria o fomento às pequenas e médias empresas. “Vamos mudar um pouco o BNDES. Em vez de emprestar dinheiro para grandes projetos, para empresa grande, nós vamos ter que emprestar dinheiro para pequenas e médias empresas. Vamos ter que valorizar muito o pequeno empreendedorismo”, afirmou o ex-presidente, que ainda mantém às escuras o direcionamento de seu programa econômico ou quem serão os protagonistas da sua equipe econômica.

As linhas mostram uma grande diferença no peso eleitoral do BNDES de hoje para o que ocorreu quatro anos atrás. Durante a campanha que levou ao Planalto, Bolsonaro atacou o banco e tinha como grande promessa abrir a “caixa preta” da instituição sob o comando de gestões petistas passadas. No entanto, o próprio presidente admitiu que não havia caixa preta. “Não foi caixa-preta, na verdade. Está aberto. Eu também pensava que era caixa-preta, mas está disponível (sic), no site do BNDES, todos os empréstimos feitos para outros países”, afirmou em junho de 2021.

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