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Nuvemshop recebe aporte de R$ 2,6 bilhões e se torna novo unicórnio

Santiago Sosa, um dos fundadores da empresa, traça metas ousadas para os próximos anos: chegar a 600 mil lojistas e negociar R$ 150 bilhões

Por Felipe Mendes Atualizado em 17 ago 2021, 14h41 - Publicado em 17 ago 2021, 10h00

Fundada em 2011 por um grupo de universitários argentinos, a plataforma de e-commerce Nuvemshop (ou Tiendanube, como é conhecida fora do Brasil) anunciou nesta terça-feira, 17, o recebimento de um aporte robusto, de 2,6 bilhões de reais, que a coloca no hall das startups unicórnios da América Latina. Com o recurso recebido, a empresa está avaliada em 16 bilhões de reais (ou 3,1 bilhões de dólares). A rodada foi coliderada pelos fundos Insight Partners, que tem na carteira investimentos investimentos no Twitter e Alibaba, e o Tiger Global Management (Spotify e Uber), mas também contou com participação relevante dos fundos Alkeon e Owl Rock. Foi a terceira grande captação da companhia nos últimos 12 meses – o montante levantado no período soma mais de 3,2 bilhões de reais.

Em entrevista a VEJA, Santiago Sosa, CEO e um dos fundadores do negócio, conta que o reforço no caixa servirá para expandir o número de funcionários, aprimorar o ecossistema de serviços e romper fronteiras. “Queremos expandir nossa atuação para os países andinos. Colômbia, Chile e Peru são as escolhas mais óbvias”, afirma ele. Hoje, além do Brasil, que representa mais da metade do negócio, a companhia tem atuação na Argentina e no México.

Não é difícil entender a valorização estelar da empresa em tão curto espaço de tempo. Com a pandemia de Covid-19, as lojas físicas do comércio varejista foram fechadas, o que evidenciou a necessidade de investimentos no âmbito digital para levar os produtos ao consumidor. O momento catapultou plataformas de desenvolvimento de sites de vendas. A Nuvemshop, focada em pequenos e médios empreendedores, se deu bem com isso. De acordo com as contas de Sosa, apenas 1,5% das pequenas e médias empresas do país já estão no comércio eletrônico, o que indica uma oportunidade a ser explorada. “A gente estima que, nos próximos sete anos, a representatividade do e-commerce irá ultrapassar a do varejo tradicional”, projeta. “Há uma grande digitalização das pequenas e médias empresas em curso. São empresas que necessitam de infraestrutura de tecnologia, marketing, soluções financeiras e logísticas.”

Criada como um projeto de quatro estudantes (além de Sosa, Alejandro Alfonso, Martín Palombo e Alejandro Vázquez) do Instituto Tecnológico de Buenos Aires, a plataforma detém, hoje, cerca de 90 mil lojistas e por ela devem passar cerca de 7 bilhões de reais neste ano. Mas as metas para os próximos anos, revela Sosa, são mais ambiciosas. “Nós pensamos que a base de usuários da plataforma deve crescer de cinco a sete vezes, para algo em torno de 500 mil a 600 mil lojistas”, diz. “Em valores de venda, nós queremos chegar a 150 bilhões de reais em até sete anos”. A companhia deve encerrar 2021 com cerca de 900 funcionários, mas a estimativa é conseguir expandir esse número para 5 mil em cinco anos. Sosa enumera os motivos pelos quais acredita que os números de expansão são factíveis: “o sistema cresce de forma natural. Cada vez mais os consumidores estão acostumados a comprar pela internet, incluindo várias pessoas que nunca haviam comprado algo online antes, e nós vamos lançar mais ferramentas de comunicação e de venda para o lojista também”.

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Com o caixa reforçado, Sosa admite que a empresa pode mapear oportunidades para fusões e aquisições que façam sentido para a estratégia de crescimento, sobretudo nos serviços financeiros. O objetivo é não se desprender de suas raízes. Hoje, os principais lojistas da plataforma transacionam cerca de 50 milhões de reais ao ano – o objetivo é aumentar esse volume para cerca de 80 milhões de reais, ou até 100 milhões de reais. Dentro do escopo da plataforma, as principais categorias de venda são ligadas à moda, acessórios e higiene pessoal, mas a pandemia provocou um rearranjo. “Nos últimos tempos, segmentos como o de eletrônicos, decoração e o ramo de alimentos se tornaram mais relevantes”, diz o executivo argentino.

Questionado se o excesso de liquidez mundo afora tem estimulado as vultuosas captações de recursos por parte de startups na região, Sosa concorda. “As baixas taxas de juros dos Estados Unidos e o momento complexo da China faz com que os investidores olhem para nós, da América Latina, como uma boa oportunidade de investimento”, diz. “Mas não é qualquer empresa que estará captando 500 milhões de dólares”, ressalva. De fato, o aporte recebido pela Nuvemshop foi a terceira maior rodada para uma empresa da região e o seu novo patamar de avaliação, colocou o negócio como a quinta startup mais valiosa da América Latina.

Embora admita que a operação ainda não dá lucro, Sosa afirma que a Nuvemshop não “queima” recursos para crescer a qualquer custo. No mundo dos negócios, os investidores têm buscado empresas que tragam retorno e que vão além das ideias promissoras. “A Nuvemshop tem números muito positivos, mas tem uma base de custo que é maior do que a receita e isso acontece por uma decisão deliberada. Tentamos combinar velocidade e expansão, mas com os pés no chão. O nosso modelo de negócio nos permite ser rentáveis se quisermos, sem demitir pessoas ou fazer cortes exagerados. É só questão de definir o caminho a seguir.”

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