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Número de afastamento por doenças respiratórias salta 165% em 2020

Além de 40 mil afastamentos classificados como Covid-19, o INSS detectou aumento de 19 mil para 51 mil por problemas respiratórios, de 2019 para 2020

Por Larissa Quintino 23 jan 2021, 08h00

A Covid-19 traz um outra grave consequência no mercado de trabalho, além do prejuízo com o fechamento das atividades não essenciais: a explosão do número de trabalhadores que adoecem e são afastados de suas atividades. Em 2020, foram 39.532 auxílios-doença concedidos pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) com a causa identificada como Covid-19. Além do alarmante dado, chama atenção o aumento de afastamentos por doenças respiratórias: um salto de 165% se comparados com os dados de 2019, segundo números enviados a VEJA pela Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Esse grande número de afastamento mostra quão urgente são as medidas para a diminuição de casos — com a vacinação em destaque.

Auxílios já codificados como Covid, não entram na conta de comparação, já que a doença foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, a OMS, apenas no ano passado. A importância de analisar os dados também do aumento das doenças respiratórias se dá porque, justamente pela pandemia, o INSS suspendeu as perícias presenciais. Assim, os atestados enviados por médicos da rede pública e particular serviram de base para a concessão dos afastamentos. Por isso, é possível que casos de Covid tenham sido classificados como outras complicações.

A doença causada pelo novo coronavírus traz problemas respiratórios, como pneumonia, que agravam o quadro dos pacientes. Para se ter ideia do tamanho do aumento, em 2020, foram 51.327 afastamentos por doenças respiratórias, e, em 2019, apenas 19.344. No ano anterior, 2018, o número foi ligeiramente maior do que em 2019 — 21.660 — mas sem uma diferença tão discrepante. 

O auxílio doença é um benefício concedido pelo INSS  após 15 dias de afastamento, ou seja, a partir do 16º dia da enfermidade que impeça o funcionário de trabalhar. O valor equivale a 91% da média dos salários recebidos pelo trabalhador, não podendo ser menor que o piso ou maior que o teto do instituto. Nos 15 primeiros dias de afastamento, a empresa é encarregada pelo pagamento ao trabalhador. Após esse período, fica a cargo da autarquia. Com aumento da concessão de auxílios, aumenta o gasto público e há uma piora na condição do país. Segundo o último Boletim Estatístico da Previdência Social, só em novembro, o INSS gastou 1,4 bilhão de reais no pagamento de benefício para trabalhadores afastados por enfermidades. 

É nítido o efeito da pandemia do novo coronavírus a partir de qualquer perspectiva que se olhe: adoecimento do trabalhador, aumento dos gastos públicos, dados crescentes de desemprego e lentidão na retomada da economia. Por isso, a ampla vacinação é considerada a melhor opção para a retomada da economia. Nesta sexta-feira, 22, mais de 2 milhões de doses chegaram ao Brasil. Outras 900 mil doses foram liberadas. Esse imunizantes se somam aos outros 6 milhões que já estão sendo aplicados, aumentando a esperança por um tempo melhor. A expectativa é que que o trabalhador exerça sua função com mais tranquilidade e saúde, a empresa com mais segurança e o governo com menos perdas nas contas públicas.

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