Novo secretário tem missão de acabar com clima beligerante na Receita
Escolha de José Tostes Neto é um aceno positivo do Planalto a um grupo de auditores insubordinados

O principal motivo para a escolha do novo chefe da Receita Federal está no clima beligerante dentro do Fisco. Exatamente quatro auditores estão em pé de guerra com o Planalto e a insubordinação deles ao ex-secretário Marcos Cintra foi um dos fatores que levaram à queda do autor da nova CPMF na quarta-feira da semana passada. Agora, o novo ocupante do principal gabinete da Receita, José Barroso Tostes Neto, tem a missão de acalmar os ânimos dentro da repartição e ajudar o Planalto a conter as ações desses auditores.
De acordo com um dos principais interlocutores do ministro da Economia, Paulo Guedes, a escolha, além de técnica — Tostes Neto passou 28 anos na Receita, onde se aposentou —, é um aceno positivo do Planalto a esse grupo. Eles comandam as investigações sobre membros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de familiares do presidente Jair Bolsonaro. A expectativa é que os auditores cedam um pouco na pressão que têm exercido sobre o Planalto e o STF.
Cintra já havia convidado Tostes Neto para ser seu secretário-adjunto quando Guedes estava formando a equipe do ministério, ainda no governo de transição. Tostes Neto não aceitou — ele estava no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o cargo de secretário-adjunto não era atrativo naquele momento.
Aliás, uma das razões da insatisfação de um grande grupo de servidores — muito maior do que apenas os quatro investigadores — é a mudança recente na Receita, que era um órgão ligado diretamente ao ministro da Fazenda até o ano passado. Com a reestruturação da Esplanada dos Ministérios, a secretaria perdeu o status e agora é uma subsecretaria da Fazenda, comandada por Waldery Rodrigues Junior. Os auditores tinham influência direta sobre os rumos do ministério e agora estão limitados.
Um dos nomes que havia sido cogitado para o cargo foi o de Vanessa Canado, diretora do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), instituição privada comandada pelo economista Bernard Appy — o autor da reforma tributária que tramita na Câmara. O nome dela foi descartado depois da pressão de setores empresariais contrários à proposta de Appy. Alguns deputados também pressionaram para que ela não fosse escolhida.
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.