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Novo rebaixamento é ‘murro na porta’, diz banqueiro

Para Candido Bracher, presidente do Itaú BBA, notícia já era esperada e serve de recado para que o governo e o Congresso solucionem a crise política

Por Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 dez 2015, 15h17

Se a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, em setembro, foi um wake up call (uma alusão à ligação para acordar o hóspede no quarto, no caso, o governo e os políticos brasileiros), o novo rebaixamento anunciado nesta quarta-feira pela agência Fitch pode ser entendido como alguém que está esmurrando a porta para ser escutado. A metáfora foi feita hoje por Candido Bracher, presidente do Itaú BBA, o banco de investimentos do grupo Itaú Unibanco. “Significa que já está na hora de o país acordar e chegar a uma coesão política que abra caminho para a saída da crise”, afirma o banqueiro.

“É difícil dizer que a notícia seja uma surpresa. Era algo já esperado, só não se sabia quando iria acontecer”, disse Bracher, que lembrou que por muito tempo, até 2008, a economia brasileira não ostentou o selo de grau de investimento. A diferença é que a situação externa era mais frágil, com reservas menores em moeda estrangeira, um déficit nas transações com o exterior mais elevado e um volume reduzido de investimento estrangeiro direto para cobrir esse rombo. São indicadores que melhoraram nos últimos anos. “A diferença é que, no passado, diante do risco de uma crise externa, havia um senso de urgência que hoje faz falta. A solução para a crise atual está demorando demais para aparecer”, diz o banqueiro.

Na avaliação de Bracher, não há sinais de melhora no horizonte da economia em 2016. O rebaixamento da nota de crédito do governo brasileiro pela segunda agência de rating não alterou o diagnóstico do economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, para o país. Segundo ele, a decisão já estava de certa forma incorporada aos preços de ativos do país, em uma antecipação do mercado financeiro ao fato.

“O próximo ano vai começar do jeito que 2015 termina: com incertezas políticas e econômicas entrelaçadas e recessão”, diz Goldfajn. Segundo ele, não há sinais ainda de estabilização da queda na atividade econômica tampouco de melhoras no quadro fiscal. O Produto Interno Bruto deve encolher 3,7% neste ano e 2,8% em 2016, com déficit primário equivalente a 1,2% e a 1,3% do PIB, respectivamente, de acordo com as estimativas do banco divulgadas nesta quarta-feira. “O mais importante agora é saber o que vai ser feito da política fiscal. Qual será o orçamento aprovado para 2016 e se ele será de fato implementado”, diz o economista-chefe do Itaú Unibanco em relação aos rumores da saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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