Nova York tem agenda cheia e caminha para novos recordes
Abertura de mercado: dados de emprego nos EUA são aguardados para dar pistas dos próximos passos do FED
A quarta-feira chega ligada no 220v, com agenda cheia nos Estados Unidos e por aqui. Nos EUA, o acontecimento mais importante do dia é a ida de Jerome Powell à Câmara americana. O Fed (o BC americano) é independente, mas uma das obrigações do presidente é prestar contas aos parlamentares sobre suas decisões de política monetária. E é isso o que ocorre hoje.
Mais do que detalhes do que norteou as decisões do Fed até aqui, Investidores querem saber o que se passa na cabeça de Jerome Powell para o futuro, isso quando se consolidam as apostas de que os cortes de juros por lá começam a ocorrer em junho.
Para além do que ele terá a dizer, hoje os americanos também terão dois dados de mercado de trabalho para analisar: um deles é o relatório ADP, que mede o emprego do setor privado e funciona como uma espécie de prévia pro dado oficial de desemprego do país. O outro é o relatório Jolts, que mostra principalmente o número de vagas em aberto na economia.
Após um longo período de juros elevados, esperava-se que o mercado de trabalho americano começasse a mostrar algum indício de fraqueza. Isso não aconteceu e o desemprego por lá continua ao redor das mínimas históricas, em 3,7%. É isso que tem dado conforto ao Fed para postergar o início do corte de juros nos Estados Unidos.
Aqui no Brasil, investidores terão os dados de produção industrial, às 9h, para recalibrar as apostas no ritmo de queda da Selic. Desde agosto do ano passado, nossa taxa de juros cai de 0,50 ponto em 0,50 ponto, e o BC vinha indicando que esse seria o ritmo pelas próximas reuniões.
Só que, agora que a taxa Selic saiu de 13,75% para 11,25%, começam a surgir dúvidas se o Copom poderá manter essa mesma velocidade de queda, isso porque a inflação do setor de serviços segue elevada – e os salários aumentando.
Os dados da produção industrial são importantes porque trata-se de um segmento mais dependente de juros. Manter a Selic elevada pode afetar a produção, com efeitos de longo prazo sobre a atividade. Indicadores mais fracos podem levar investidores a redobrar apostas em que a Selic continua caindo para a faixa de 1 dígito. O consenso é de Selic a 9% quando o ano terminar.
Hoje a espera não causa ansiedade. Os futuros das bolsas americanas sobem com força após o tombo da véspera. O Bitcoin, que ontem bateu sua máxima histórica e depois despencou, volta a subir para a faixa de 66 mil dólares. Para arrematar, o sinal também e positivo na Europa.
A bolsa brasileira deve acompanhar o bom humor. O EWZ vai avançando 0,40% no pré-mercado. Deve ganhar um empurrão do petróleo, que também sobe nesta manhã. Bons negócios.
Agenda do dia
08h30: BC divulga balanço de transações em conta-corrente e investimentos estrangeiros de janeiro
09h: IBGE publica produção industrial de janeiro
10h15: EUA anunciam relatório ADP, de empregos do setor privado, de fevereiro
11h: Campos Neto tem reunião com Febraban, em SP
12h: EUA divulgam relatório Jolts, com vagas de trabalho em aberto, de janeiro
12h: Jerome Powell (Fed) apresenta relatório semestral de política monetária à Câmara
15h: Balança comercial de fevereiro
16h: Fed publica livro Bege, com as condições da economia americana
Balanços: CSN, CSN Mineração, 3R Petroleum, Dexco, SLC Agrícola e Taesa, após o fechamento do mercado