Nova pesquisa escancara percepção sobre medidas econômicas de Bolsonaro
Levantamento da pesquisa Genial/Quaest mostra que seis em cada dez eleitores crê que pacotes só saíram do papel para ajudar na reeleição do presidente
A economia continua sendo o assunto com maior peso dessa eleição. Segundo a pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 17, a maioria do eleitorado (52%) afirma que a economia piorou no último ano, no entanto esse índice vem em desaceleração em relação a levantamentos anteriores feitos, que chegou a 64% em julho. A redução do preço dos combustíveis e o aumento do Auxílio Brasil são amplamente conhecidos pelo eleitorado e creditados ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Porém, o eleitor acredita que as medidas foram engendradas para ajudar na campanha de reeleição do presidente. De acordo com a pesquisa, 62% dizem que as medidas do governo tem foco na eleição do capitão, enquanto 33% acreditam que as ações são para ajudar as pessoas.
Apenas os eleitores de Bolsonaro acreditam que as medidas sejam para ajudar as pessoas (70% neste recorte), porém, um quarto das pessoas que declaram voto do presidente também veem o foco eleitoral nas medidas. Entre eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 84% veem os pacotes como eleitorais e entre eleitores que não declararam voto em nenhum dos dois, o índice é de 82%.
A percepção do eleitor pode ajudar a explicar o porquê da distância entre Lula e Bolsonaro ter sido mantida na pesquisa, mesmo com o início do pagamento do Auxílio Brasil turbinado e a queda dos combustíveis nas bombas. Lula têm 45% das intenções de voto, um ponto percentual a mais que na pesquisa de 3 de agosto, enquanto Bolsonaro têm 33%, também um ponto a mais que no levantamento anterior. O pagamento do auxílio turbinado, de 400 para 600 reais, começou a cair nas contas dos beneficiários no dia 9, mesma data que o governo também passou a pagar o voucher dos caminhoneiros, que injetou 2.000 reais a cada motorista no primeiro lote.
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 14 de agosto e entrevistou presencialmente 2.000 eleitores. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.