Santander (Espanha), 15 jun (EFE).- O vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2011, Thomas Sargent, disse nesta sexta-feira que se sente ‘envergonhado’ quando alguns funcionários do governo de seu país, os Estados Unidos, fazem recomendações para a Europa, Espanha e outros estados sobre que políticas adotar para sair da crise.
Sargent encerrou as hoje o encontro Cantabria Campus Nobel, realizado em Santander, na Espanha, com uma palestra sobre economia e atividade empresarial.
Em entrevista coletiva, o prêmio Nobel criticou os americanos que ‘saem de seu país’ e ‘ficam dando conselhos’.
O economista disse que os EUA atravessam ‘problemas muito similares’ aos da Europa e tem um orçamento ‘desequilibrado’. Além disso, o Congresso e o presidente têm ‘opiniões distintas’ sobre como corrigir isto e dificuldades no mercado de trabalho e no sistema de saúde.
‘Portanto, para quem importa o que possa pensar um americano sobre a situação na Espanha?’, respondeu ao ser perguntado sobre o que acha da crise espanhola.
De acordo com Sargent, existem outros países que ‘realmente’ podem ser ‘um exemplo’ para os Estados Unidos e a Espanha, já que enfrentaram seus problemas após tomarem ‘decisões dolorosas’.
‘Me sinto realmente envergonhado quando alguns de nossos funcionários governamentais dão recomendações para Europa, Espanha e China sobre o que deveriam estar fazendo’, afirmou.
Sobre as possíveis consequências dos resgates aos países, advertiu que o pagamento das dívidas ‘pode exercer mudanças’ na soberania do governo.
‘Isso é o que nos diz a história. Mas o que vai ocorrer hoje? Não sabemos’, disse após afirmar que não sabe se o euro tem um prazo de três meses para se salvar, como apontou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde. EFE