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Netflix sofisticou conteúdo para conseguir crescer no Brasil

Depois da entrada fraca no mercado, no final de 2011, a empresa admite que foi preciso corrigir o rumo dos negócios e reavaliar o perfil dos consumidores

Por Da Redação
29 jul 2013, 13h45

O serviço de filmes e séries em streaming Netflix não chegou ao Brasil com grande sucesso. Para expandir no mercado local, foi necessário mudar a estratégia. Quando deu início às operações no final de 2011, o Netflix tinha uma oferta �mirrada� de títulos e os primeiros clientes do serviço perceberam que boa parte do conteúdo era dublado em português. A empresa admite que foi preciso corrigir o rumo dos negócios e reavaliar o perfil dos consumidores para conseguir crescer no país.

Segundo o diretor de comunicação do Netflix, Joris Evers, os primeiros assinantes do serviço no Brasil tinham alto poder aquisitivo. Logo, ficou clara a necessidade de que os conteúdos fossem ofertados também em idioma original, com legendas. Evers conta que o Netflix teve de correr contra o tempo para aumentar o cardápio ofertado, que triplicou em menos de dois anos.

A empresa não revela números sobre o mercado brasileiro, mas dados da empresa de pesquisa comScore mostram que o tráfego no site de serviço de exibição online de filmes e séries quadruplicou no país nos 12 meses encerrados em maio. Os negócios internacionais crescem rapidamente para a Netflix: no segundo trimestre, o número de assinantes fora do mercado americano chegou a 7,75 milhões, alta de 114% em relação ao mesmo período de 2012.

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A sofisticação do conteúdo também passou pela decisão de produzir séries originais. Na semana passada, uma das séries produzidas especialmente para o serviço on-line, House of Cards, com Kevin Spacey e Robin Wright, recebeu várias indicações ao Emmy, o Oscar da televisão americana. Capitaneada por David Fincher (responsável por filmes como Seven e O Curioso Caso de Benjamin Button), a série de 13 episódios custou cerca de 100 milhões de dólares.

O Netflix vem acelerando a produção de séries. No caso de Orange is the New Black, série lançada no início de julho, a segunda temporada foi anunciada antes que os episódios fossem ao ar. Isso acontece, segundo a empresa, porque o sistema prevê, com base nos gostos dos assinantes, quais serão os conteúdos mais acessados. �Não queremos que as pessoas tenham de esperar um ano pela segunda temporada. Os novos episódios de Orange is the New Black serão produzidos mais rapidamente�, diz Evers.

Entre os desafios para manter o interesse do público está a aceleração dos licenciamentos de filmes. Para que o cliente esteja disposto a pagar o valor do serviço – que no Brasil foi recentemente elevado de 14,99 reais para 16,99 reais -, a empresa precisa aumentar o tempo de conexão. Atualmente, cada usuário da Netflix usa o serviço durante 90 minutos por dia, em média.

Netflix afoga NetMovies – O projeto de tornar a NetMovies uma concorrente do Netflix fracassou coincidentemente com o crescimento do Netflix no Brasil. No fim de 2010, a Ideiasnet, holding de empresas nascentes que tem entre os sócios o empresário Eike Batista, recebeu 11 milhões de reais do fundo americano Tiger Global por 54% na NetMovies. Pouco depois, Ideiasnet, Tiger Global e Topel deixaram o negócio e repassaram a empresa a um funcionário – a custo zero, apurou a reportagem.

O problema da NetMovies, de acordo com fontes de mercado, não está ligado necessariamente à concorrência do Netflix. As dificuldades financeiras já existiam antes mesmo da chegada da concorrente. A própria venda de uma fatia majoritária para o fundo Tiger Global foi uma forma de resgatar as contas da empresa, que vinha crescendo rapidamente às custas da queima de capital.

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A empresa agora vai focar na qualidade da entrega dos DVDs na casa dos consumidores. O novo diretor executivo da NetMovies, Gustavo Capistrano Haramura, fundou uma nova empresa, a Movies 4 Us, para administrar a marca e o catálogo do site no qual trabalhou por seis anos. Ele conta que a meta atual é restabelecer a qualidade do serviço de entrega física de blu-ray e DVD.

(com Estadão Conteúdo)

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