“Não há nenhum risco de pane nos celulares na Copa”
Para Eduardo Levy, diretor executivo do SindiTelebrasil, os investimentos e esforços das operadoras para montar a estrutura nos estádios vai manter as redes em pleno funcionamento durante o mundial
A poucos dias do início da Copa do Mundo de futebol, alguns estádios ainda passam por ajustes na infraestrutura. Esse atraso pode comprometer não apenas a mobilidade dos torcedores, mas o uso dos telefones celulares nos locais dos jogos. Na Arena Corinthians, em São Paulo, e na Arena da Baixada, em Curitiba, as operadoras de telefonia tiveram menos de 60 dias para instalar todos os equipamentos e realizar os testes – o ideal seriam 150 dias antes do evento. É bem provável que nesses locais o envio de mensagens de texto, fotos e vídeos das partidas fique prejudicado. Além desse fator técnico, haverá o congestionamento nas redes devido ao grande volume de dados sendo trocados durante as partidas de futebol. Mesmo com todos esses entraves, o diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, afirma que não há risco de panes nos serviços de voz e dados.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista de Levy ao site de VEJA:
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VEJA – Qual é o risco de pane dos serviços de voz e internet móvel nos estádios da Copa?
Eduardo Levy – Não há nenhum risco de pane durante os jogos. Na Copa das Confederações, no ano passado, tivemos algumas dificuldades em determinados momentos e aquilo nos ajudou a ampliar o projeto e acrescentar a rede wi-fi. Demos uma maior robustez ao projeto. Teremos, inclusive, nas proximidades dos estádios, um gerador que pode ser acionado caso ocorra queda no abastecimento de energia elétrica. O fato de o comércio estar fechado também nos ajudará a controlar melhor o fluxo de uso das redes.
Algum estádio terá mais dificuldade para o uso de telefonia do que outros?
Fizemos um consórcio há muito tempo entre as operadoras de telefonia móvel para implantar toda a estrutura dentro dos estádios. Foram investidos cerca de 200 milhões de reais pelas cinco principais operadoras para toda a montagem. Pedimos 150 dias para os estádios, para fazer tudo com calma. Mas alguns só nos entregaram o local faltando metade desse tempo, como a Arena Corinthians, em São Paulo, e a Arena da Baixada, em Curitiba. Como o tempo era menor, não conseguiremos instalar em toda a área. Então tivemos de escolher o alcance do serviço e decidimos pelas áreas dos estádios com a maior concentração de pessoas, como as arquibancadas, áreas VIPs e sala de imprensa. Nos demais – hall de acesso, vestiários e estacionamentos, não conseguiremos atender.
Nos demais estádios está tudo pronto?
Dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo, seis – os usados na Copa das Confederações no ano passado – já estão com toda a estrutura para 2G, 3G e 4G concluída e testada. Dos seis restantes, dois (em São Paulo e no Paraná) tiverem esse problema e os outros quatro, apesar de só terem iniciado as instalações dos equipamentos neste ano, terão o serviço em todas as dependências durante o mundial. Nesses, ainda estão sendo feitos reparos nas instalações.
Como as operadoras vão lidar com o congestionamento de rede?
Os congestionamentos são normais, é o que acontece em shows de músicas, por exemplo. Consome-se muita banda e o sistema não tem capacidade de suportar o volume de tráfego no curto espaço de tempo. Não teremos pico durante toda a partida, mas em alguns momentos: minutos antes do começo do jogo, especialmente na entrada dos jogadores em campo, e no fim da partida. É quando as pessoas vão querer mandar fotos e vídeos para familiares e amigos, postar nas redes sociais. Nós oferecemos a instalação de serviços extras de wi-fi gratuito em nossa rede de 3ª e 4ª geração nos estádios para amenizar os picos. Não pedimos nada em troca, mas só seis estádios aceitaram.
Por quê?
Cada um tem o direito de ter seu próprio serviço wi-fi e implementar do jeito que achar melhor. Seis estádios resolveram fazer eles mesmos, se estão prontos para a Copa ou não, eu não sei. Outros seis permitiram que fizéssemos: os estádios de Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Cuiabá, Manaus e Porto Alegre. Quando acrescenta uma rede wi-fi, a capacidade de transmissão aumenta 50%.
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