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Na crise, aumento salarial se restringiu a poucos setores em 2020

Segundo a empresa de recrutamento de executivos PageGroup, metade dos profissionais ficou sem aumento em 2020; houve ganhos em construção e seguros

Por Rafael Bolsoni
Atualizado em 20 abr 2021, 14h00 - Publicado em 20 abr 2021, 13h32

Manter o emprego durante uma das maiores crises sanitárias e econômicas da história é motivo para se comemorar, mas isso não significa que a situação deixou de ser desafiadora. Com o aumento da inflação, que acelerou acima do teto da meta estabelecida para 2020, as contas do brasileiro ficaram mais caras. A compensação, entretanto, não chegou para todos. Segundo um estudo feito pela consultoria de recrutamento PageGroup, especializada em cargos executivos, mais da metade dos trabalhadores teve estabilidade ou queda nos salários, no ano. Entretanto, profissionais de setores que se desenvolveram na pandemia passaram a ganhar mais. 

O levantamento, feito com 6 mil profissionais de todo o Brasil, mostrou que houve estabilidade ou queda salarial em 50,6% dos cargos avaliados em relação ao mesmo estudo do ano passado. Os casos de reposição salarial (49,4%), por sua vez, foram puxados por segmentos beneficiados pela pandemia, como supply chain e operações, seguros, imobiliário e construção, engenharia e manufatura, e vendas. O cenário para esses profissionais é positivo, haja vista que o desemprego terminou o ano na casa de 13,5%, segundo o IBGE.

Para o estudo, o PageGroup mapeou a remuneração mensal de 601 cargos em 14 setores. Nos segmentos de seguros e de imobiliária e construção, 100% dos cargos analisados tiveram aumento. As altas foram seguidas pela área de engenharia e manufatura (99,8%), supply chain e operações (97%) e vendas (74%).  Os aumentos salariais têm relação com o desenvolvimento dos setores. A indústria, por exemplo, registrou alta por oito meses consecutivos, segundo o IBGE, afetando os cargos de engenharia e operações. Já o setor de construção civil, foi o que mais gerou vagas no ano passado

No segmento financeiro e tributário, ficou em 40%, ou seja, menos da metade. Em saúde e ciências da vida, 42% das ocupações analisadas tiveram aumento salarial. Em compensação, nas áreas jurídica e de recursos humanos, nenhum cargo registrou aumento da média salarial. Na categoria bancos e serviços financeiros, houve alta em apenas 0,2% das funções, de acordo com a consultoria. Nos segmentos secretarial e business support e no de varejo, foi 16%. Já nas sempre demandantes áreas de TI e de marketing e digital, o percentual ficou em 20% e 29%, respectivamente.

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“As perspectivas futuras, no entanto, são boas. Há liquidez no mercado internacional, principalmente nos Estados Unidos, com reflexos positivos no Brasil. As privatizações também podem abrir novas oportunidades de negócios, o avanço da vacinação em massa no país trará segurança para as empresas e a consolidação do home office vem facilitando o recrutamento, principalmente em posições qualificadas”, analisa Lucas Toledo, diretor executivo do PageGroup, que bateu recorde no volume de contratação em março de 2021, um dos melhores meses dos últimos dez anos.

Mercado

Com a nova onda de Covid-19, que tomou força no primeiro trimestre, o cenário para os reajustes salariais segue ainda mais desafiador para 2021. Segundo os dados do Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a média de reajustes salariais foram menores que a inflação registrada no período, ou seja, há perda salarial. Em janeiro, os aumentos médios foram de 5,1%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é usado para os reajustes, ficou em 5,4%. 

Com o aumento de medidas restritivas na pandemia, com o fechamento de comércios e serviços pelo país, o governo promete reeditar o BEm, programa de emprego que permite suspensão de contratos e cortes de salários. No ano passado, o BEm pactuou cerca de 10 milhões de contratos e, na avaliação do Ministério da Economia, foi fundamental para segurar a mão de obra formal do país e ajudar na retomada econômica.

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