A agência de classificação financeira Moody’s rebaixou nesta quarta-feira em um grau a nota dos bancos franceses Société Générale e Crédit Agricole, mas decidiu manter estável no momento a do BNP Paribas.
O presidente do Banco da França (central), Christian Noyer, celebrou o que chamou de revisão limitada das notas dos bancos franceses e destacou que estas permanecem no mesmo nível dos grandes bancos europeus.
Após o anúncio, no entanto, as ações dos três bancos registravam perdas na bolsa de Paris.
A nota do Crédit Agricole SA caiu de “Aa1” a “Aa2”, em consequência de sua exposição na Grécia, país da Eurozona à beira da falência, enquanto a do Société Générale passa de “Aa2” a “Aa3”, por uma reavaliação da ajuda que o banco poderia receber do Estado no caso de uma crise grave, afirma um comunicado da Moody’s.
A agência já havia alertado em junho para a possibilidade de rebaixamento da nota dos três bancos, muito expostos à crise da dívida grega.
Mas decidiu manter a nota do BNP Paribas, “sob vigilância negativa”, no entanto, o que significa que uma redução pode acontecer em breve.
O BNP Paribas anunciou nesta quarta-feira uma série de medidas para tentar tranquilizar o mercado a respeito de seu grau de exposição a títulos da dívida pública.
O banco afirma que está em condições de administrar um eventual alinhamento dos títulos do Estado grego, português e irlandês com seus preços atuais, o que representaria uma forte desvalorização, no momento em que a possibilidade de uma reestruturação da dívida de Atenas deixou de ser um tabu para os líderes europeus.
Dirigentes do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), buscaram acalmar as especulações sobre a solidez de grandes bancos franceses, durante uma conferência de imprensa em Washington.
Interrogado sobre o rebaixamento das classificações dos bancos Société Générale e Crédit Agricole por parte da agência Moody’s, o diretor-geral do IIF, Charles Dallara, se mostrou surpreso.
“Acho um pouco difícil compreender a decisão da agência, uma vez que o teste de resistência (dos bancos franceses) mostrou que as instituições em questão possuem uma exposição bastante manejável à Grécia”, argumentou.
Segundo Dallara, a interconexão entre as instituições financeiras e o risco soberano trazem um desafio real para a Europa.
“Cremos que a forma fundamental para superar este desafio é fortalecer a qualidade dos ativos dos bancos”, afirmou.
Em Paris, os valores bancários fecharam em sentidos opostos: Crédit Agricole (+1,22%), Société Générale (-2,88%) e BNP Paribas (-3,93%).