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Monti pede sacrifícios para ‘salvar a Itália’

Por Alberto Pizzoli
4 dez 2011, 20h17

O chefe de governo italiano, Mario Monti, pisou no acelerador, antes de uma semana crucial para a zona do euro, ao anunciar um novo plano de austeridade e medidas de reativação econômica, com o objetivo de “salvar a Itália” da crise da dívida.

Monti insistiu no caráter urgente da situação, e lembrou que, há menos de três semanas, recebeu a missão de “ajudar a salvar a Itália” de uma grave crise, que “ameaça o que realizaram, em 60 anos de sacrifícios, pelo menos quatro gerações de italianos”.

Rodeado por seus principais ministros, o ex-comissário europeu se comprometeu a “controlar duramente o déficit e a dívida”, para que a Itália deixe de ser “considerada uma fonte” de crise e preocupação para a Europa.

Consciente do impacto das medidas impostas aos italianos, o ex-professor de economia considerou “um dever renunciar aos salários de presidente do Conselho e ministro de Economia e Finanças”.

O decreto aprovado neste domingo contempla medidas de ajuste de 20 bilhões de euros, incluindo o endurecimento do sistema de aposentadorias, além de 10 bilhões de euros em investimentos para promover o crescimento.

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A ministra de Assuntos Sociais, Elsa Fornero, chorou durante o anúncio das medidas. “Juntos, conseguiremos”, afirmou Monti, que disse querer “transmitir uma mensagem de grande preocupação, mas também de grande esperança”.

A reforma das aposentadorias prevê um aumento do número de anos de contribuição, atualmente 40, o cálculo das pensões em função do conjunto da carreira, e não dos últimos salários recebidos, e o aumento da idade de aposentadoria para as mulheres.

O plano de austeridade, antecipado de segunda-feira para domingo, inclui cortes nos gastos públicos, o aumento dos impostos sobre propriedade imobiliária, uma nova taxação dos produtos de luxo (carros, iates e aviões particulares), e medidas contra a sonegação fiscal.

Monti teve que pedir aos italianos para apertar o cinto, com o objetivo de alcançar o equilíbrio orçamentário em 2013, já que os planos de austeridade de 60 bilhões de euros aprovados em julho e setembro não serão suficientes para atingir a meta, diante da contração da economia italiana.

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Os principais dirigentes políticos e os sindicatos foram recebidos por Monti antes do Conselho de Ministros. As medidas serão submetidas amanhã às duas câmaras do parlamento, que devem aprová-las antes do Natal.

Segundo Monti, sem o plano de austeridade, a Itália se arrisca a ser “insolvente”, colocando o euro em perigo. A situação é urgente devido à desconfiança dos mercados, que fez disparar a taxa de juros, a níveis considerados insustentáveis para um país que possui uma dívida colossal, de 120% do PIB.

Com vistas à reativação do crescimento, o plano do governo prevê a redução das cargas sociais para as empresas que contratarem principalmente jovens e mulheres, e medidas para garantir empréstimos às pequenas e médias empresas. A reforma do mercado de trabalho será feita em uma segunda fase.

No campo político, apenas a Liga Norte, partido populista de Umberto Bossi, anunciou uma oposição frontal às medidas governamentais.

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