Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MME publica regras para rescisão de concessão de usinas

Oito usinas que estão nessa situação teriam de pagar, mensalmente, cerca de R$ 18 milhões por algo que não usam

Por Da Redação
15 jul 2013, 09h55

O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou nesta segunda-feira no Diário Oficial da União portaria com as diretrizes para rescisão dos contratos de concessão de Uso de Bem Público (UBP) para Geração de Energia Elétrica (UBP) relativos a usinas hidrelétricas outorgadas até 15 de março de 2004 e que não entraram em operação até 30 de junho de 2013. O documento é assinado pelo ministro Edison Lobão.

Segundo o texto, as empresas que aceitarem devolver as concessões terão até 9 de agosto para se manifestar. Em troca, a União anistiará o pagamento da taxa de UBP aos concessionários. A taxa de Uso de Bem Público é cobrada dos geradores pela exploração dos rios, que pertencem à União e fornecem água às usinas. Como esses empreendimentos nunca foram construídos por dificuldades ambientais reconhecidas pelo governo, o pagamento, que deveria começar em 2007, foi prorrogado para 2012.

Mas, em julho do ano passado, a Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape) e a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) obtiveram liminar na Justiça para impedir o início da cobrança dos valores. Juntas, oito usinas que estão nessa situação teriam de pagar, mensalmente, cerca de 18 milhões de reais ou 216 milhões de reais por ano.

Leia mais: Concessões de usinas leiloadas até 2004 serão devolvidas

Para atrair os concessionários à devolução, a União se propõe a livrá-los da taxa e de encargos relacionados a essa dívida, como juros e mora. O dinheiro depositado como garantia para participar do leilão também será restituído.

Continua após a publicidade

O governo quer retomar as oito usinas para leiloá-las de novo, mas pelas regras do atual marco regulatório, que valem desde 2004. Antes, ganhava a licitação quem oferecia o maior ágio para a UBP. Agora, o critério de seleção privilegia quem oferta o menor valor possível para a tarifa de energia. Outra diferença fundamental é que, atualmente, somente usinas com licenciamento prévio podem entrar no leilão. Até 2004, essa tarefa cabia ao empreendedor – e foi por essa razão que, até hoje, os empreendimentos não saíram do papel.

Leia ainda: Leilão de transmissão de energia teve poucos interessados

Os atuais concessionários também serão ressarcidos pelos custos que tiveram na elaboração de projetos e estudos ambientais para viabilizar as usinas. O reembolso será feito após a realização das novas licitações. A estimativa é que os valores girem em torno de 100 milhões de reais.

Mesmo as empresas que já devolveram usinas nessa situação poderão se enquadrar nas regras. É o caso das hidrelétricas de Couto Magalhães e Baú 1, que já estão nas mãos do governo.

Continua após a publicidade

Contexto – O imbróglio tem mais de dez anos e envolve gigantes como Vale, Gerdau, Votorantim, Alcoa, Light, Camargo Correa, entre outras. Os empreendimentos – Santa Isabel, Murta, Pai Querê, São João, Cachoeirinha, Itaocara, Olho D’Água e Itumirim – somam cerca de 2 mil megawatts de potência, o equivalente à Angra 1 e Angra 2.

Embora reconheça que as empresas não tiveram culpa por não terem conseguido o licenciamento ambiental, o governo já deixou claro que não vai facilitar a vida delas. No último dia 10 de julho, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Medida Provisória 609 e vetou artigos que beneficiavam os concessionários.

Eles haviam conseguido apoio do Congresso para aprovar uma emenda que recompunha os prazos da concessão e do início do pagamento das taxas para apenas após a obtenção do licenciamento ambiental. Outras emendas semelhantes, incluídas na MP 579, sancionada em janeiro, também foram vetados pela presidente.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.