México, 7 fev (EFE).- Uma delegação mexicana iniciou nesta terça-feira viagem rumo ao Brasil para ‘conhecer as inquietações’ do Governo de Dilma Rousseff sobre o acordo comercial que regula a troca automotiva entre as duas nações, informou a Secretaria de Economia.
A delegação é liderada pelo subsecretário de Comércio Exterior da Secretaria de Economia, Francisco de Rosenzweig, e pelo embaixador Rogelio Granguillhome Morfín, da Secretaria das Relações Exteriores.
A viagem, que já havia sido anunciada na semana passada, está vinculada com informações divulgadas desde o Brasil sobre a intenção do país sul-americano para revisar o tratado que regula o comércio de automóveis e autopeças com o México.
O acordo do México com o Brasil e as outras nações do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) está vigente desde 2003 e gerou uma troca entre México e Brasil no setor automotivo de US$ 2,5 bilhões no ano passado.
Como deixaram claro na semana passada as autoridades mexicanas, o Governo deste país segue defendendo o convênio e ‘não buscará renegociá-lo’, acrescenta o comunicado oficial divulgado nesta terça-feira.
A nota diz que no Brasil ‘existe um crescente déficit no comércio de veículos leves’ desde 2010, ‘situação que contrasta com o notável superávit do país durante os primeiros seis anos do acordo’.
Segundo estes dados oficiais, entre 2003 e o ano passado, o México teve um déficit comercial acumulado com o Brasil no setor automotivo de US$ 10 bilhões.
O comunicado da Secretaria de Economia também lembra que na troca comercial entre os dois países, o México teve um déficit total acumulado de US$ 22 bilhões durante o período 2003-2011.
As informações surgidas na semana passada no Brasil indicam que os produtores brasileiros sentem-se prejudicados pelo aumento das importações de autopeças e automóveis mexicanos, o que pode afetar a indústria brasileira.
O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou recentemente que o acordo que regula este setor com o México ‘não é equilibrado’ e não beneficia a nação sul-americana. EFE