Mercedes coloca 7 mil trabalhadores em licença e paralisa fábrica no ABC

Empresa diz que decisão atende à necessidade de "adequar a produção à queda do mercado", que nesse setor sofre uma forte redução de vendas

Por Da Redação
7 ago 2015, 13h43

Unidade da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (VEJA/VEJA)

A multinacional alemã Mercedes-Benz decidiu paralisar durante duas semanas sua produção em uma das quatro fábricas no Brasil por conta da forte queda nas vendas. A paralisação afetará os 7 mil empregados da fábrica da empresa em São Bernardo do Campo (SP), que durante esse período desfrutarão de uma “licença remunerada”, segundo um comunicado da empresa.

A decisão obedece, segundo explicou a Mercedes-Benz, à necessidade de “adequar a produção à queda do mercado”, que nesse setor sofre uma forte redução de vendas derivada da situação econômica no país, que neste ano deve ter uma contração de 1,5%.

O sindicato do ABC disse que não aceitará demissões. Cinco das seis montadoras de veículos da região estão em São Bernardo do Campo: Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota. Ao todo, a base do sindicato soma cerca de 90 mil trabalhadores. A entidade informou que, de janeiro a maio, cerca de 4 mil postos de trabalho foram fechados.

Segundo um balanço divulgado na quinta-feira pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de automóveis no país caiu 14,9% em julho em relação ao mesmo mês de 2014. Ao mesmo tempo, as vendas nesse mesmo período caíram 22,8%, o que levou muitas empresas a aplicarem medidas similares às anunciadas hoje pela Mercedes Benz.

Ainda de acordo com a Anfavea, entre junho e julho um total de 1,2 mil trabalhadores perderam seus postos na indústria automotivo e o número de empregados nesse setor caiu 9,7% nos últimos 12 meses.

Continua após a publicidade

Venda de veículos desaba quase 23% em julho, diz Fenabrave

(Com agência EFE)