Mercados reagem após declarações sobre rebaixamento da nota do Brasil
Bolsa fechou em queda de 1,07% e dólar avançou 0,08%; papéis de Vale e Petrobras caíram mais de 2%
O principal índice da Bovespa encerrou os negócios desta terça-feira em baixa, pressionado pelas ações da Vale e Petrobras e após declarações da agência Standard & Poor’s sobre possível rebaixamento da classificação de crédito soberano do Brasil. O Ibovespa fechou em queda de 1,07%, a 50.430 pontos. O giro financeiro do pregão somou 6,2 bilhões de reais.
Pela manhã, o índice chegou a subir quase 1%, mas reverteu após declarações do diretor responsável por ratings soberanos da Standard & Poor’s, em reunião com jornalistas em Nova York, Joydeep Mukherji, de que a agência pode rebaixar a classificação de risco do Brasil neste ano.
Segundo João Pedro Brugger, analista de renda variável na Leme Investimentos, as declarações de Mukherji pesaram nos papéis de Vale e Petrobras, que caíram mais de 2%, assim como em bancos. “O mais relevante foi a declaração da S&P de que pode rebaixar o rating do Brasil antes das eleições. Isso puxou mais as blue chips e os bancos”, disse o analista, adicionando que essas empresas podem sentir mais os efeitos da queda no rating do país.
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Porém, mais tarde, Mukherji disse que a agência não está sinalizando a perda do grau de investimento brasileiro e que não está impondo prazos para tomar decisões sobre a classificação do país. “Não estamos sinalizando a saída do grau de investimento”, afirmou. “As coisas que estamos observando são tendências e têm sido aparentes há algum tempo. Esse não é um evento súbito”.
O dólar fechou em leve alta ante o real, após recuar quase 1% durante o dia. A moeda norte-americana subiu 0,08%, para 2,3785 reais na venda, depois de recuar 0,87% na mínima da sessão, a 2,3560 reais
A afirmação da S&P pesou, sobretudo, porque veio acompanhada de relatórios pessimistas de bancos sobre os mercados emergentes. Segundo reportagem da Bloomberg publicada nesta terça-feira, há um movimento de retirada de ativos de países emergentes – inclusive o Brasil. O banco Goldman Sachs recomendou que investidores reduzissem aplicações em países emergentes em um terço, enquanto o JP Morgan projeta que os títulos em moedas locais rendam apenas 10% do retorno médio registrado desde 2004 no próximo ano.
(Com Reuters)