Mercado financeiro reduz estimativa do PIB de 2020
Boletim Focus reduziu a projeção de 2,10% a 2,07%; para a inflação deste ano, a previsão caiu de 3,59% para 3,54%
Economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) reduziram de a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do o ano que vem de 2,10% para 2,07%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 9. Para este ano, a projeção foi mantida em 0,87%. Já a previsão para a inflação de 2019 caiu de 3,59% para 3,54%.
O Boletim Focus é divulgado semanalmente pelo BC com as previsões do mercado financeiro para os principais índices da economia brasileira.
A projeção para o PIB deste ano se manteve em 0,87%. Os economistas começaram o ano otimistas com o desenvolvimento de investimentos e o setor produtivo para 2019, chegando a prever alta de 2,57%. Sem a retomada esperada, a previsão virou de “pibinho” depois vinte semanas consecutivas de reajuste para baixo da taxa. Desde meados de junho o valor oscila na casa dos 0,8%. No entanto, a previsão de crescimento econômico para 2020 caiu para 2,07%. Na semana passada era de 2,10%. Em 2021 e 2022, o PIB esperado se manteve em 2,5%.
Analistas também apontaram revisão na inflação pela quinta semana seguida. Com a redução para 3,54%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, continua abaixo do centro da meta da inflação deste ano, definida em 4,25% pelo Conselho Monetário Nacional. A taxa, no entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (2,75% a 5,75%). Para 2020, o mercado também reduziu a estimativa do IPCA de 3,85% para 3,82%. No próximo ano, a meta da inflação é de 4%, com tolerância entre 2,5% e 5,5%.
Na sexta-feira 6 o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA de agosto, que ficou em 0,11%. A taxa representa ligeira desaceleração frente ao mês anterior, quando o índice de inflação oficial do país ficou em 0,19%, mas representa resultado acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando houve deflação de 0,09%. No ano, a inflação acumula 2,54%.
Câmbio e Selic
Os analistas consultados pelo Banco Central também alteraram a previsão para o dólar comercial ao fim do ano. A estimativa do mercado é que a moeda termine 2019 vendida a 3,87 reais e na semana anterior a estimativa era de 3,85 reais. Os patamares ainda estão abaixo da cotação atual. Na sexta-feira, o dólar fechou vendido a 4,08 reais. Para 2020, a projeção é de que o dólar feche o ano em 3,85 reais – antes era 3,82 reais.
A estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, se manteve em 5% para o ano. Atualmente, a Selic está em 6%, menor patamar da história, e o Banco Central já indicou que deve continuar a cortar a taxa para estimular a economia. A próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), responsável pela taxa de juros, será no dia 18 de setembro.