Mercado eleva previsão de crescimento do PIB de 2018 para 2,70%
Para 2017, o mercado elevou a previsão de alta do PIB pela quinta vez seguida de 0,98% para 1%
O mercado financeiro elevou mais uma vez a projeção para o crescimento da economia em 2017 e 2018. A expectativa de alta para o produto interno bruto (PIB) de 2018 passou de 2,68% para 2,70%. Foi a sétima semana consecutiva de melhora na previsão do indicador. Quatro semanas atrás, a expectativa era de 2,60%.
Para 2017, o mercado elevou a previsão de alta do PIB pela quinta vez seguida de 0,98% para 1% no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira 2 pelo Banco Central. Há um mês, a perspectiva estava em 0,89%.
Em 1º de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre. Apesar de modesto, o número foi bem recebido pelo mercado. Um dos motivos foi o crescimento do investimento produtivo, de 1,6% no trimestre, na primeira alta após quinze quedas consecutivas.
Já o Banco Central atualizou suas projeções para o PIB no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de dezembro. O crescimento projetado para 2017 é de 1% e para 2018 de 2,6%.
No Focus divulgado neste primeiro dia útil de 2018, a projeção para a produção industrial de 2017 foi ligeiramente ajustada, de 2,03% para 2,04%. Há um mês, estava em 2,00%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial subiu com mais força, de 2,98% para 3,12%, ante 2,90% de quatro semanas antes.
Na mesma pesquisa, a estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 caiu ligeiramente, de 52,20% para 52,10%. Há um mês, estava em 52,10%. Para 2018, a expectativa no boletim Focus subiu marginalmente, de 55,65% para 55,70%, ante 55,55% de um mês atrás.
Inflação
O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta terça-feira mostra que a mediana para o IPCA em 2017 – que será conhecido nos próximos dias – seguiu em 2,78%. Há um mês, estava em 3,03%. Já a projeção para o índice de 2018 permaneceu em 3 96%, ante 4,02% de quatro semanas atrás.
Analistas consultados pelo BC, portanto, reafirmaram a expectativa de que a inflação ficará abaixo do piso da meta, de 3%, em 2017. O centro da meta para 2017 e 2018 é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%). Se a inflação ficar fora dessa margem de tolerância, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda com as explicações pelo descumprimento da meta.
Selic
Economistas mantiveram a previsão de que o Banco Central (BC) deve continuar com o processo de corte de juros em 2018. O Relatório de Mercado Focus informou que a mediana das previsões para a Selic no fim do ano seguiu em 6,75% ao ano – o que indica redução na comparação com o atual patamar de 7%. Há um mês, essa previsão para o fim de dezembro estava em 7%.
No fim de dezembro, o BC reforçou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) a indicação de que pode reduzir a Selic em mais 0,25 ponto porcentual em fevereiro, de 7% para 6,75%. Ao mesmo tempo, a instituição afirmou que sua decisão dependerá da evolução da atividade, dos riscos para o cenário – como o ligado ao andamento das reformas -, das avaliações sobre o estágio do ciclo monetário e das projeções para os índices de preços.
No Focus divulgado nesta manhã, a expectativa para a Selic média de 2018 permaneceu em 6,75% ao ano, ante 6,78% de quatro semanas atrás.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2018 em 6,50% ao ano. A previsão é repetida pelo grupo há oito semanas.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro acreditam que o Brasil terminou o ano passado com superávit da balança comercial de 66 bilhões de dólares. O número será conhecido na tarde desta terça-feira e a estimativa consta do Relatório Focus divulgado pelo Banco Central.
Na estimativa mais recente do BC, atualizada na Nota do Setor Externo, o saldo positivo de 2017 ficará em 64 bilhões de dólares. Para 2018, os economistas mantiveram a projeção de superávit comercial em 52,50 bilhões de dólares. Há um mês, a expectativa do mercado era de 66 bilhões de dólares e 52 bilhões de dólares, para cada ano, respectivamente. Já a projeção do BC é de superávit comercial de 59 bilhões de dólares em 2018.
No caso da conta-corrente, as previsões contidas no Focus para 2017 indicaram déficit de 10 bilhões de dólares, mesmo número da semana anterior. Há um mês, o déficit estimado era de 11,50 bilhões de dólares. A estimativa do BC para o déficit em conta em 2017 é de 9,2 bilhões de dólares.
O mercado alterou a projeção de rombo nas contas externas em 2018, de 28,60 bilhões de dólares para 29 bilhões de dólares. Um mês atrás, o rombo projetado era de 28,10 bilhões de dólares. Nesse caso, a previsão do BC é de déficit em conta de 18,4 bilhões de dólares em 2018.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o saldo negativo na conta-corrente, tanto em 2017 quanto em 2018. A mediana das previsões para o IDP em 2017 seguiu em 80,00 bilhões de dólares, ante 78 bilhões de dólares de um mês antes. A projeção atual do BC para este ano é de IDP de 75 bilhões de dólares.
Para 2018, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, seguiu em 80 bilhões de dólares pela décima semana seguida. O BC também calcula em 80 bilhões de dólares o ingresso de IDP.