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Mercado brasileiro prejudica resultado de grandes montadoras

Desaceleração econômica e falta de confiança dos consumidores motivam a queda das vendas de empresas como Ford e Fiat no terceiro trimestre

Por Da Redação
5 nov 2014, 12h21

As concessionárias vazias e os pátios lotados de carros no Brasil pesaram negativamente nos balanços das grandes montadoras internacionais, que já registram queda de dois dígitos nas vendas na América Latina e citam o mercado brasileiro como principal responsável pelo resultado ruim. No terceiro trimestre, a Fiat vendeu 17 mil carros a menos no Brasil e a Ford prevê prejuízo de 1 bilhão de dólares na América do Sul em 2014.

Grandes montadoras divulgaram balanços nos últimos dias com avaliações otimistas diante da reação das vendas em grandes mercados como Estados Unidos, Europa e China. Essas multinacionais, porém, demonstraram desapontamento com o desempenho das filiais na América Latina, especificamente no Brasil. Com a economia patinando e com a falta de confiança dos consumidores, a queda das vendas é expressiva.

Líder do mercado brasileiro, a italiana Fiat destacou na divulgação de balanço no terceiro trimestre que o faturamento na América Latina caiu 12% no período na comparação com o mesmo período de 2013. Para explicar o resultado, a empresa apontou para o Brasil, onde foram entregues 17 mil carros a menos este ano, e para a Argentina, onde o número caiu 8 mil. Isso reflete a piora das condições de comercialização do mercado, disseram os executivos da companhia em teleconferência com investidores.

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No caso da norte-americana Ford, a queda nas vendas na região já gera prejuízo. No terceiro trimestre, a empresa reportou perda antes dos impostos de 170 milhões de dólares na América do Sul. Culpa da retração das vendas no Brasil, na Argentina e na Venezuela, que fizeram a receita recuar 18% no período. Para o ano, a empresa já prevê prejuízo de 1 bilhão de dólares na região.

O presidente executivo da Ford, Mark Fields, atribui o fraco resultado à deterioração das condições da economia e cita atividade desaquecida, inflação alta e desvalorização cambial. “O Brasil está em recessão por conta da incerteza política gerada pelas eleições. O crescimento negativo também é esperado na Argentina e na Venezuela, com riscos políticos e de câmbio no momento”, disse em teleconferência.

Maior montadora dos EUA, a General Motors registrou queda de 27% das receitas e recuo de 20% nas vendas na América do Sul no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2013. O vice-presidente e diretor financeiro da GM, Chuck Stevens, destacou em teleconferência que a piora das vendas no Brasil, na Venezuela e na Argentina levaram o faturamento da montadora a cair 900 milhões de dólares na América do Sul no terceiro trimestre.

“O setor automobilístico inteiro no Brasil está enfrentando ventos contrários. As condições do mercado na América do Sul têm sido desafiadoras”, disse o executivo. No terceiro trimestre, por exemplo, a desvalorização das moedas locais teve um impacto negativo de 300 milhões de dólares na receita, destacou Stevens.

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Na francesa Renault, o faturamento no Brasil caiu 9% no acumulado dos nove primeiros meses. A queda vista no mercado brasileiro, no entanto, foi menor que a registrada na Argentina, onde as cifras caíram 25,7% após medidas adotadas pelo governo para restringir importações e aumentar impostos.

Projeção da consultoria Euromonitor prevê que o mercado brasileiro de automóveis deve terminar o ano com 3,25 milhões de unidades registradas, volume 9,1% menor que o do ano passado.

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(Com Estadão Conteúdo)

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