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Meirelles: rombo em 2017 foi menor que a meta para o ano

Ministro da Fazenda disse que o déficit fiscal ficou abaixo do limite de R$ 159 bilhões, mas que o déficit na Previdência continua 'gigantesco'

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 22 jan 2018, 13h58 - Publicado em 22 jan 2018, 10h21

Apesar dos reveses impostos pelo Congresso e pelo Judiciário na tentativa do governo de aprovar medidas para conter gastos e ampliar receitas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiu que “a situação fiscal está sob controle”. Ele ressaltou que o resultado primário de 2017 foi de um déficit menor do que a meta fiscal (que permitia rombo de até  159 bilhões de reais), mas não falou em números. O resultado será conhecido no dia 30.

“A situação fiscal está sob controle. Em 2017, a meta fiscal foi superada. Tenho certeza de que teremos um 2018 positivo também”, disse o ministro, em entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, gravada na quinta-feira e exibida no início da madrugada desta segunda-feira.

A recuperação do crescimento tem sido um fator importante para o desempenho melhor na área fiscal, disse Meirelles. Segundo o ministro, a economia brasileira já está crescendo “num ritmo ao redor de 3% ao ano”. O governo prevê oficialmente um avanço de 3% no PIB este ano, mas já há analistas projetando acima disso, destacou.

Apesar de todos os dados positivos, o ministro ressaltou que é necessário aprovar a reforma da Previdência e todas as medidas fiscais em tramitação. Segundo ele, mesmo que o déficit tenha ficado em 2017 abaixo dos 159 bilhões de reais, ainda assim é um valor significativo. Além disso, ele lembrou que o rombo previdenciário é crescente. “O déficit continua gigantesco”, afirmou o ministro.

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Previdência

Em meio a negociações de cargos, emendas e outras concessões pelo governo em troca do apoio do Congresso a medidas como a reforma da Previdência, Meirelles disse achar “difícil saber exatamente o que está acontecendo” no campo das articulações e ressaltou que só participa do processo para dar subsídios técnicos. “Minha atuação é nesse sentido, e tem sido bem sucedida. Obviamente tem coisa da área política, mas essa não é a área do ministro que conduz a economia”, disse.

Depois de a agência de classificação de risco S&P Global Ratings ter rebaixado a nota de crédito do País e ter colocado a culpa no Congresso, devido à demora na aprovação da reforma da Previdência, Meirelles minimizou os atritos com os parlamentares e disse que a relação com eles tem sido positiva.

Apesar disso, reconheceu que existe uma preocupação “normal” de parlamentares sobre o que pensam seus eleitores em relação à reforma da Previdência. Segundo o ministro, o conteúdo da proposta já “está bem discutido”, mas há ainda o temor do impacto eleitoral.

Eleições

Sobre o cenário eleitoral para 2018, Meirelles voltou a dizer que ainda não decidiu se vai ou não concorrer ao cargo de presidente e reafirmou que tomará a decisão entre o fim de março e o início de abril, prazo máximo para a desincompatibilização de futuros candidatos que hoje ocupam cargos na administração pública.

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Enquanto não toma essa decisão, o ministro reforça sua agenda junto ao público evangélico. “Basicamente resolvi, e acho que foi uma boa atitude, começar a falar sobre programa econômico e reformas para públicos que não são tradicionais”, explicou na entrevista — ressaltando que faz isso fora do horário de trabalho.

Meirelles renovou a aposta de que um nome de centro será o escolhido das urnas e buscou minimizar os embates públicos que tem tido com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ): “No processo em que (pré-candidatos) estão se colocando na disputa, é normal que surjam situações diversas”, disse.

O ministro também considerou que a participação de Lula nas eleições é “positiva do ponto de vista político e eleitoral”, mas ponderou não acreditar que o petista seja capaz de voltar à presidência com um novo projeto de país.

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