Medo de guerra cambial assombra reunião do G20 nesta 6ª
Para acalmar os ânimos, países devem assumir compromisso de que ações de política monetária fiquem focadas na estabilidade de preços e no crescimento
Os ministros das Finanças do G20, grupo que engloba as economias mais industrializadas do planeta, reúnem-se nesta sexta-feira em Moscou, na Rússia, pressionados pela ameaça de uma guerra cambial. Representantes dos bancos centrais das vinte nações estão reunidos desde quinta-feira, data de início da primeira reunião do grupo em 2013 – e o tema domina as discussões.
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O tema da “guerra cambial” foi retomado recentemente por duas razões: a valorização do euro e a recente flexibilização monetária no Japão. A medida tomada por Tóquio com o objetivo de desvalorizar o iene e tornar suas exportações mais competitivas reavivou antigos temores na Europa. Países como a França, altamente dependentes de exportações, temem perder mercado para as nações que colocam em prática políticas monetárias expansionistas com o objetivo de acelerar sua recuperação econômica.
Para acalmar os ânimos do mercado, o G20 assumirá o compromisso de assegurar que suas ações de política monetária estarão focadas na estabilidade de preços e no crescimento, em vez de enfraquecer suas moedas. A intenção consta do esboço de uma declaração que o grupo pretende apresentar neste sábado.
Na tentativa de impulsionar seu anêmico crescimento, muitos membros do G20 têm recorrido a níveis sem precedentes de estímulos monetários. Em muitos casos, têm desvalorizado suas moedas e criado problemas para os demais países em desenvolvimento, que acabam por receber grandes influxos de capital que fazem suas moedas ficarem mais fortes.
A última rodada de medidas de estímulos monetários levou a novas acusações de que alguns países podem estar procurando deliberadamente enfraquecer suas moedas. Com isso, levariam vantagem por impulsionar suas exportações em detrimento das vendas externas de outros países.
Segundo um alto funcionário de um governo do G20, envolvido na elaboração do comunicado, os ministros das Finanças e os chefes dos bancos centrais irão declarar que “a política monetária deve ser orientada para a estabilidade dos preços domésticos, enquanto continua a apoiar a recuperação econômica”.
(Com Estadão Conteúdo)