O tráfego aéreo europeu deverá aumentar amanhã e voltar ao normal na quinta-feira, após uma semana de voos cancelados por causa da nuvem de cinzas provocadas pela erupção de um vulcão na Islândia. As informações são da agência intergovernamental Eurocontrol, que coordena o controle do tráfego aéreo em toda a Europa. “Se a situação continuar como está agora e o vulcão não expelir mais cinzas em direção à Europa, nós, provavelmente, voltaremos às operações normais até quinta-feira”, disse Bo Redeborn, diretor da agência.
“Se 30% dos voos foram operados nesta segunda-feira, talvez nós possamos esperar outros 10% a 15% a mais na terça-feira, e talvez mais outros 10% a 15% na quarta-feira”, disse hoje Redeborn. Ele falou após ministros dos transportes dos países da União Europeia (UE) concordarem em retirar restrições que atingiram as empresas aéreas e seus passageiros desde quinta-feira da semana passada.
Redeborn disse que existirá uma zona “sem voos”, onde a nuvem de cinzas vulcânicas está mais densa e é uma concentração perigosa para os motores a jato. O Centro de Monitoramento de Cinzas Vulcânicas irá emitir mapas a cada seis horas mostrando quais são as zonas “sem voos”, à medida que a nuvem de cinzas se mover.
Se uma alta concentração for encontrada acima de um aeroporto, então ele precisará ser fechado e nenhum tráfego aéreo será permitido na área, disse o funcionário da Eurocontrol. A organização europeia para a segurança na navegação aérea é formada por 38 países no continente.
Abertura parcial – A Comissão de Transportes da União Europeia permitiu a abertura parcial do espaço aéreo sobre o continente nesta segunda-feira. A decisão foi anunciada depois de uma reunião para discutir soluções para a crise aérea.
A liberação parcial dos voos foi uma vitória das companhias aéreas. Um dia depois de algumas empresas realizarem testes para provar que é seguro voar, a Associação Internacional de Aviação Comercial (IATA) aderiu à causa, pedindo a reabertura urgente do espaço aéreo.
A Associação criticou o que chamou de “reação exagerada” da Europa às cinzas após a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia. A proibição, que vigora desde a última quinta-feira, provoca um prejuízo diário de até 250 milhões de dólares às empresas. As perdas podem superar as registradas após os ataques de 11 de setembro, nos Estados Unidos, que abalaram a aviação internacional.
O presidente da Iata, Giovanni Bisignani, criticou a maneira como as autoridades europeias estão lidando com o assunto. Ele disse que será “embaraçoso” quando houver, dentro de algumas semanas, uma análise dos danos reais que a nuvem de cinzas pode provocar.
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Companhias aéreas – Durante o final de semana, diversas companhias, como a alemã Lufthansa e a holandesa KLM, realizaram voos testes e não constataram dano algum às aeronaves.
A British Airways também informou que levou cinco pessoas – inclusive o diretor executivo da empresa, Willie Walsh – em uma destas viagens testes e não houve problema. O Boeing 737 decolou de Londres, sobrevoou a Irlanda e posou em Cardiff, no País de Gales. “As condições estavam perfeitas e a aeronave não encontrou nenhuma dificuldade”, disse a empresa em um comunicado.
O fechamento do espaço aéreo atinge em cheio as companhias, que ainda tentam se recuperar da crise econômica mundial. A Comissão da União Europeia já informou que está disposta a autorizar que os Estados membros concedam ajudas públicas “excepcionais” às companhias afetadas pelo caos aéreo.
No Brasil, pelo menos 17 vôos com destino à Europa foram cancelados, nos aeroportos internacionais de São Paulo e Rio de Janeiro.
(Com Agência Estado)