O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou a condução da agenda econômica engendrada pelo governo de Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira, 29. Ele afirmou que “não tem culpa” de o governo não ter enviado o projeto de reforma administrativa e voltou a defender a proposta de reforma tributária do professor Bernard Appy, de relatoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP). “Estamos pedindo há muito tempo”, criticou.
Maia voltou a atacar a reforma desenhada pelo ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que envolvia a criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF. “Era uma proposta ruim”, cravou. Segundo ele, as eleições municipais deste ano terão um impacto muito menor do que a “imprensa está avaliando” e afirmou esperar que as duas reformas sejam aprovadas neste ano. As declarações foram dadas durante evento do banco Credit Suisse, em São Paulo.
Para Maia, as reformas da Previdência, aprovada no ano passado, e a tributária são essenciais para reduzir desigualdades do Estado brasileiro. “Nossa economia é muito fechada, o que atrapalha o setor produtivo brasileiro. Nosso papel é realizar reformas para diminuir essas desigualdades”, disse. O deputado reconhece, porém, as dificuldades e lobbies contrários para se avançar nas discussões. “A matéria é alvo de lobbies e interesses particulares, que não contemplam o interesse coletivo”, afirmou.
Ele criticou a gestão de Bolsonaro nas privatizações. “Daqui a pouco a Caixa é o maior banco do Brasil”, disse. “Todo mundo quer privatizar até sentar na cadeira, aí passa a achar que a empresa é boa e eficiente”, criticou. Maia, porém, reconheceu que a privatização da Eletrobras sofre influência das eleições municipais. Segundo o presidente da Câmara, o governo tem bons mecanismos de comunicação, mas que deveriam ser usados para ajudar o Congresso a aprovar as reformas. “Eles usam tão bem para atacar a gente”, alfinetou.