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Lucro trimestral da Vale cai 25%, para R$7,89 bi

Por Da Redação
26 out 2011, 21h11

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, lucrou 7,89 bilhões de reais no terceiro trimestre, uma queda de 25 por cento em relação ao resultado registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a mineradora, a principal causa da forte queda do lucro foi a valorização do dólar frente ao real, que turbinou a sua dívida atrelada à moeda norte-americana e levou a perdas em derivativos.

“Como consequência da forte depreciação do real em relação ao dólar americano, a variação monetária e cambial líquida causou um impacto negativo em nosso lucro líquido de 4,071 bilhões de reais no 3T11, contra um efeito positivo de 848 milhões de reais no trimestre anterior”, assinalou a Vale em seu balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira. A cotação do dólar americano subiu de 1,561 reais em 30 de junho para 1,854 reais em 30 de setembro, destacou a empresa.

A dívida total da mineradora atingiu ao final do terceiro trimestre 22,98 bilhões de dólares, dos quais 97 por cento estavam denominados em dólares americanos. O lucro da companhia em dólares, de 4,94 bilhões, ficou abaixo das previsões de analistas de mercado. Pesquisa da Reuters junto a nove analistas havia indicado um lucro líquido de 6,49 bilhões de dólares.

Receita recorde – Por outro lado, a mineradora apresentou geração de caixa recorde, bem como sua melhor receita operacional líquida da história. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mede a capacidade de gerar caixa, foi de 16,11 bilhões de reais no período, valor 1,2 por cento superior ao resultado do terceiro trimestre do ano passado.

Com aumento nas vendas de minério, a receita operacional líquida da Vale somou 28,6 bilhões de reais no terceiro trimestre e cresceu 8,5 por cento em comparação com igual período de 2010. O volume vendido de minério de pelotas atingiu 79,015 milhões de toneladas no trimestre. De janeiro a setembro, a produção da empresa atingiu 239,6 milhões de toneladas, ante 227,5 milhões em igual período do ano passado.

Preço – Já os preços de venda praticados no terceiro trimestre provocaram redução de 198 milhões de reais na receita, informou a mineradora. O resultado da Vale de julho a setembro ainda não reflete a brusca queda nos preços do minério de ferro ocorrida nas últimas semanas. Mas a desvalorização de outros produtos vendidos pela empresa, entre eles os metais, foi suficiente para provocar perdas na receita a partir da nova realidade dos mercados.

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“A queda nos preços de metais base, influenciados por expectativas macroeconômicas negativas, diminuiu as receitas em 691 milhões de reais, sendo parcialmente compensada por maiores preços de minério de ferro, de 481 milhões de reais”, afirmou a mineradora. No terceiro trimestre, a Vale realizou um preço médio de venda de minério de ferro de 151,26 por tonelada, valor 4,1 por cento superior ao trimestre anterior.

Nas últimas semanas, o minério de ferro sofreu queda brusca nos preços, provocada principalmente pela perspectiva de desaceleração da economia chinesa e do aumento dos estoques. Preços do minério no mercado à vista recuaram cerca de 20 por cento apenas em outubro.

Otimismo – Apesar disso, a Vale relata em seu balanço que “não há retroalimentação significativa da turbulência financeira na economia real”. “Observando-se as duas maiores economias do mundo, os EUA e a China, não há sinais de que caminhem em direção a uma recessão. Os últimos dados para ambos os países são animadores, com produção industrial e vendas no varejo crescendo continuamente”, acrescentou.

Considerando as vendas por país, a China respondeu, mais uma vez, pela maior parte da receita da Vale no terceiro trimestre, com 34,6 por cento do total, seguida pelo Brasil (16,7 por cento) e Japão (11,4 por cento). Os Estados Unidos têm peso de 3,7 por cento nas vendas.

A remuneração aos acionistas em 2011 alcançará 9 bilhões de dólares, o triplo do que foi pago no ano passado, segundo destacou a Vale, “recompensando, assim, os investidores que têm sofrido os efeitos de um fraco desempenho dos mercados de ações.

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Investimento – Nos nove primeiros meses do ano, a Vale investiu 11,308 bilhões de dólares, um aumento de 49 por cento sobre o mesmo período do ano passado, mas ainda muito aquém do seu orçamento para 2011, de 24 bilhões de dólares “devido aos atrasos em licenciamento ambiental e aquecimento do mercado de trabalho, oferta de equipamentos e serviços de engenharia”.

“Para agilizar a obtenção de licenças ambientais, que têm se constituído no principal fator de risco de atraso no desenvolvimento de projetos, estão em andamento diversas ações. Entre estas, cabe destacar investimento em treinamento”, disse a mineradora. Em recente entrevista à Reuters, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, antecipou que alguns projetos da companhia teriam de ser adiados.

O início da produção da mina de cobre do Salobo, em Carajás, por exemplo, foi reprogramado para o segundo trimestre de 2012 por atrasos na engenharia do projeto que, segundo a Vale, levaram à substituição dos empreiteiros.

(Com Reuters)

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