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Liberação de FGTS deve ter impacto maior no PIB que o esperado

LCA Consultores estima crescimento adicional de 0,55 ponto porcentual com a injeção de 42 bilhões de reais na economia

Por Da Redação
4 ago 2019, 10h52

A liberação imediata de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep pode gerar crescimento de 0,55 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB), em 12 meses aponta estudo da LCA Consultores. O governo estima ampliação de 0,35 ponto porcentual na atividade econômica.

O exercício da LCA leva em conta as liberações semelhantes ocorridas em 2017 e 2018 e considera o impacto direto e indireto na economia da injeção de 42 bilhões de reais em recursos do FGTS e do PIS/Pasep.

O número maior de beneficiados, o valor baixo do saque médio e a situação das famílias atualmente dão segurança à LCA de que a parcela destinada ao consumo pode ser maior do que na experiência anterior, que elevou o PIB entre 0,2 ponto e 0,3 ponto, segundo Vitor Vidal, o economista responsável pelo estudo. Em 2017, segundo estudo da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 25% dos 44 bilhões de reais liberados em contas inativas foram usados para consumir.

A estimativa do Ministério da Economia é de injeção de cerca de 40 bilhões de reais do FGTS – 28 bilhões de reais neste ano e mais 12 bilhões de reais em 2020) e de 2 bilhões de reais do PIS/Pasep na economia. Não há ainda o calendário de liberação dos recursos, mas a expectativa é que tenha início em setembro e termine em março de 2020. Na sexta-feira, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o cronograma deve ser anunciado na segunda-feira, 5.

Segundo o modelo estrutural da LCA, que incorpora as liberações anteriores, o impacto direto e indireto aproximado seria de 0,55 ponto em quatro trimestres. O efeito ocorreria entre o último trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, com o pico no início do ano que vem, já que as famílias não gastam imediatamente os recursos.

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A LCA admite ainda que parte dos recursos será destinada ao pagamento de dívidas e à poupança. Mas o gasto das famílias tende a criar empregos, elevar a renda e a beneficiar mais uma vez o consumo. Só o efeito direto, nos cálculos da consultoria, já geraria 0,35 ponto de impulso no PIB, considerando que 63% dos recursos liberados serão destinados ao consumo – o que, segundo Vidal, é plausível dado o limite dos saques.

Vidal diz que três outros fatores dão confiança de que o impacto no PIB pode ser superior ao anunciado pelo governo. O primeiro deles é que 96 milhões de trabalhadores serão beneficiados desta vez, número quase quatro vezes maior do que em 2017 (25,9 milhões). Outra razão é que, segundo cálculos da LCA, o saque médio deve ser de 415 reais – inferior ao de 2017 -, valor que indica um perfil maior de consumo. E das 96 milhões de pessoas beneficiadas, 54,7 milhões devem poder sacar menos de 500 reais, completa o estudo.

Em relação ao saque aniversário, o exercício da LCA sugere que podem ser injetados na economia 24 bilhões de reais em 2020, mas com efeito menor sobre o consumo que o do saque imediato, dado o perfil de adesão e também do valor médio dos saques.

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“Com menos pessoas sendo beneficiadas, elas podem quitar uma dívida, por exemplo, consumir algo e guardar o resto. Mas essa medida nos dá convicção sobre a nossa projeção de alta de 2,5% do PIB em 2020, acima da mediana do mercado, de 2,1%.” Para 2019 a LCA projeta expansão de 1%, também acima da média atual do Boletim Focus, de 0,82%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Estadão Conteudo)

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