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Juros podem cair até 7% ao ano, diz economista

Por Da Redação
8 jun 2012, 09h45

Por Patricia Lara

São Paulo – A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) tem como principal destaque o que não está narrado no documento. O Banco Central (BC) suprimiu a frase que estimava que a deterioração do cenário internacional causaria um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado na crise internacional de 2008/2009. Com a retirada dessa referência, o BC estaria sugerindo que a influência pode ser maior, segundo duas fontes, e as taxas futuras de juros assumem a rota de queda, empurradas ainda pela decisão da China de reduzir suas taxas de juro, por comentários do presidente do Fed, Ben Bernanke, e pelo corte de ratings da Espanha pela Fitch.

“Eu acho que a mensagem (da ata) é que, no mínimo, a Selic vai para 8%”, comentou a economista-chefe do Bank of New York Mellon ARX Investimentos, Solange Srour, para quem a taxa básica pode ser reduzida até chegar ao patamar de 7%. “O cenário externo tem uma descrição pior”, considerou a economista, que destacou a ausência do impacto de um quarto da crise externa dentro do documento. A ata, observa Solange, tem uma descrição de uma recuperação bastante gradual da economia doméstica e projeções de inflação mais baixas, a despeito do cambio mais depreciado.

“O Copom tirou o impacto de 1/4 da crise, dando a entender que o impacto vai ser maior”, comentou o chefe de Tesouraria de um banco com sede no Rio de Janeiro, projetando para hoje queda nas taxas futuras de juros. “Parcimônia ratifica continuidade da queda dos juros em 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões de política monetária”, comentou o economista da Prosper, Eduardo Velho, repetindo sua expectativa de que a Selic seguirá em baixa até que atinja o patamar de 7,5%.

No documento divulgado nesta sexta-feira, o Copom destaca que a projeção para a inflação em 2013 se manteve estável no cenário de referência, que contempla um câmbio de R$ 2,05, e recuou no de mercado. Mas o texto observa que nos dois casos (cenário de referência e de mercado) estão acima do valor central da meta. Na ata do encontro anterior do Copom de abril, porém, o cenário de referência citado era de aumento da projeção de inflação e de estabilidade no de mercado.

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O Copom identificou ainda que um canal importante de transmissão dos efeitos da crise é a repercussão da crise sobre a confiança dos empresários. Essa citação contrasta com a da ata anterior, quando o Copom listava os níveis elevados de confiança do empresariado. Outro destaque da ata é que o cenário do Copom não contempla aumento dos combustíveis, o que reprisa considerações citados em documentos anteriores do colegiado.

O Banco Central chinês anunciou ontem um corte de 0,25 ponto porcentual da taxa de empréstimo e depósitos, que chegaram a 6,31% e 3,25%, respectivamente. “Por mais que fosse esperado este movimento, a redução anunciada surpreendeu e dá alguns sinais. Primeiramente, podemos esperar que os dados de maio venham fracos, especialmente o crédito”, ponderam economistas do Bradesco.

“Além disso, ao permitir maior flexibilidade (já que agora os bancos podem oferecer até 110% da taxa para depósito e de até 80% para empréstimos, sendo que antes essas taxas eram de 100% e 90%, respectivamente), o mercado deverá ser mais competitivo na oferta de crédito e a demanda deverá ser estimulada”, completou o grupo econômico do Bradesco, que julga precipitado apostar em umcrescimento do PIB neste ano abaixo de 8% para a China.

Mas os mercados não abandonaram o pessimismo, o que se traduz em queda de cerca de 3% no petróleo, recuo nas bolsas europeias e nos futuros de Nova York. Ontem, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmar ontem que o BC norte-americano tem armas para proteger os bancos e a economia dos Estados Unidos, mas que este ainda não é o momento de descarregar munição adicional. E a Fitch Ratings rebaixo o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Espanha para BBB, de A.

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