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Joias ao mar: iates se transformam em grandiosas mansões sobre as águas

Dimensões espetaculares, construção de espaços para a prática de esportes... Não se trata apenas de luxo, mas da transformação do conceito das embarcações

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 nov 2021, 08h00
NORD
NORD – (./Divulgação)

“Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar e não ficar à deriva nem ancorados.” Quando o médico e poeta americano Oliver Holmes (1809-1894) escreveu essa frase, não foi exatamente para encorajar ricos a comprar iates em tempos incertos. Mas parece que os bilionários atuais seguiram o conselho. Fazia anos que a temporada de lançamentos de barcos particulares não trazia peças tão espetaculares quanto as apresentadas ao longo de 2021. Embarcações gigantescas dotadas de ginásio de esportes, beach clubs e detalhes personalizados de acordo com o gosto do freguês, entre outros predicados que só uma conta bilionária pode comprar, chegam ao mar como adornos flutuantes. Não se trata apenas de luxo, mas da transformação do conceito das embarcações. No ano passado, muitos proprietários se refugiaram da pandemia em seus barcos, mudando a ideia que tinham a respeito dos navios. O que era um mimo para brincar e relaxar durante o verão ganhou tamanho de uma segunda casa, só que em alto-mar. E não se economiza quando o assunto é o próprio conforto, certo? O bilionário Alexei Mordashov, CEO da OAO Severstal, maior companhia de aço da Rússia, desembolsou 500 milhões de dólares para que seu Nord seja impecável. O iate de oito andares e 465 pés (o equivalente a 142 metros) tem dois helipontos, vinte suítes, centro de esportes aquáticos, duas piscinas, ginásio de treino, spa, sauna e beach club. Sucesso de design, esse espaço ao nível do mar permite, por exemplo, um mergulho na água salgada sem obstáculos. “Esse acesso é importante para os proprietários, que querem abertura e privacidade”, diz J. David Weiss, designer americano que assina o projeto do Geco, construído pelo Italian Sea Group, em cujo convés traseiro há um majestoso clube de praia.

AZIMUT GRANDE -
AZIMUT GRANDE – (./Divulgação)

Se o foguete New Shepard foi a casa do americano Jeff Bezos no espaço, o Y721 será seu endereço no oceano. Da mesma maneira com que se dedicou ao veículo espacial que o levou às alturas em julho, o fundador da Amazon acompanha de perto os testes de seu novo brinquedo. Será o maior e mais extravagante barco à vela do mundo, com 417 pés (127 metros). Construída pelo estaleiro holandês Oceanco com o casco todo em preto e linhas exteriores clássicas, a embarcação singrará as águas do planeta impulsionada pela força de três grandes mastros. O custo do iate é de 500 milhões de dólares. Ele deverá ser lançado ao mar em julho de 2022. Mais intimista, o Great White, do tenista Rafael Nadal, foi projetado para ser o abrigo em alto-­mar do esportista espanhol. “No iate, esqueço tudo”, costuma dizer o atleta. A experiência dos períodos passados a bordo em 2020 serviu para balizar os detalhes do barco, um dos mais elegantes dos mares. Seu casco azul-celeste brilha sob o sol. O interior é banhado por luz natural, pedido especial de Nadal, tem salas imensas e a suíte principal, no casco de estibordo, conta com varanda flexível privativa. O catamarã custou 5 milhões de euros (cerca de 32 milhões de reais) ao atleta.

YT21 -
YT21 – (./Divulgação)
GREAT WHITE -
GREAT WHITE – (./Divulgação)

No Brasil, a expectativa é pela chegada do Azimut Grande 27 Metri. O modelo encantou o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, que pagou por ele 10 milhões de dólares (cerca de 54 milhões de reais). O Azimut é feito 100% de fibra de carbono e será produzido no país. A lista de espera está em dois anos. Há oito pessoas na fila. Ao contrário de boa parte dos setores da economia brasileira, submetidos a tempestades, a indústria náutica navega em mar de almirante. Segundo a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos, o faturamento em 2021 será de 840 milhões de reais. Nos Estados Unidos, o segmento teve sua maior alta em treze anos. O poeta Fernando Pessoa escreveu que navegar é preciso. No caso de bilionários, desde que seja da forma mais exclusiva possível.

Publicado em VEJA de 24 de novembro de 2021, edição nº 2765

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