JBS irá monitorar práticas ambientais de toda sua cadeia de fornecedores
Objetivo da empresa envolve, até 2025, manter na cadeia apenas empresas que respeitem os ditames ESG utilizando tecnologia blockchain
O presidente da empresa frigorífica JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou, em apresentação realizada em Glasgow, durante a COP26, que a companhia planeja mapear as práticas envolvendo as diretrizes ESG de todos os “fornecedores dos fornecedores”, ou seja, de toda sua cadeia de produção, até 2025. Para isso, a companhia deve usar a tecnologia blockchain, com o compartilhamento dos dados sobre as produções das empresas.
Em uma mesa de discussões com o presidente da Embrapa, Celso Moretti, Tomazoni afirmou que atualmente a a JBS compra apenas de fornecedores que respeitem os ditames socioambientais, mas admitiu a dificuldade de fiscalizar toda a cadeia. “O objetivo é garantir uma rastreabilidade de ponta a ponta, há mais de dez anos monitoramos nossos fornecedores e temos que garantir que todo o nosso processo seja rastreado”, afirmou.
Segundo ele, 11 mil dos atuais fornecedores da JBS tiveram suas vendas bloqueadas para a empresa por não atenderem os critérios. O objetivo é estender até 2025 a fiscalização para o resto da cadeia. “Não vamos comprar de ninguém que não respeite esses critérios”.
Metano
A multinacional de alimentos afirma que diversas medidas, além do rastreamento da cadeia, estão sendo tomadas para diminuir o impacto ambiental do negócio. Um dos exemplos citados por Tomazoni é uma pesquisa feita com o Burger King sobre a alimentação dos bovinos, que pode diminuir a emissão de gás metano. “No Brasil, fizemos um trabalho que adiciona capim limão à dieta e o resultado que nós temos apontam a redução da emissão de metano em mais de 30%”.
Na terça-feira, 2, o Brasil e mais 100 países assinaram um acordo se comprometendo a reduzir em 30% as emissões de gás metano. A meta deve ser cumprida até 2030, usando como comparativo os dados de 2020. O gás é produzido em minas de carvão a céu aberto e na pecuária. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o metano é responsável po r30% do aquecimento global do planeta desde a Revolução Industrial.