IPCA sobe 0,24% em outubro, ligeiramente abaixo da expectativa do mercado
Em doze meses, indicador acumula alta 4,82%, acima do teto da meta, de 4,75%; disparada nas passagens aéreas exerceu a principal pressão no índice
A inflação ficou em 0,24% em outubro, em ligeira desaceleração em relação ao mês anterior, quando foi de 0,26%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta sexta-feira, 10. Esse é o quarto mês seguido de taxas positivas no indicador. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está acumulado em 3,75% e, nos últimos doze meses, em 4,82%.
O índice veio ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, de 0,28% no mês e 4,86% no ano. No entanto, continua acima do limite da meta, de 4,75% para este ano.
O principal impacto veio do setor de transportes, mas não dos combustíveis, que puxaram a alta em agosto e setembro. O fator principal desta vez foram as passagens aéreas, que subiram 23,70% na comparação com o mês anterior e ajudaram a puxar o indicador para cima. “Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
A alta no grupo dos transportes, de 0,35%, não foi maior devido à queda do preço da gasolina, o subitem de maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. O combustível recuou 1,53% no mês. O gás veicular (-1,23%) e etanol (-0,96%) também caíram.
O grupo de alimentação e bebidas, que vinha de quatro deflações consecutivas, inverteu a tendência e subiu 0,31%. A principal influência foi na alimentação no domicílio, impulsionada pelo aumento nos preços da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%).
“O arroz acumula alta de 13,58% no ano. Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, explica André. Por outro lado, os preços das carnes vinham em queda desde janeiro, e a deflação acumulada no período é de 11,08%. Outros itens básicos na mesa do brasileiro tiveram queda em outubro, como o leite longa-vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
Dos nove grupos pesquisados pelo IPCA, oito registraram variação positiva. Apenas comunicação teve deflação.