IPCA cai 0,21% em novembro, maior deflação para o mês desde o Plano Real
É somente a segunda vez que o IPCA registra queda para o mês de novembro; a última foi em 1998, quando mostrou deflação de 0,12%
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,21% em novembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi motivada pela redução dos preços de transportes – principalmente pela gasolina, que caiu 3,07%.
É a primeira vez que o IPCA registra deflação para o mês de novembro desde 1998, quando a queda foi de 0,12%. Em nenhum outro ano o índice registrou deflação em novembro, o que faz esta variação negativa ser a maior da história para o mês do Plano Real, iniciado em 1994. A série histórica do IPCA tem início em 1980, porém, o ambiente econômico do início daquela década até 1994 é incomparável com o do período pós Plano Real, que estabilizou a inflação e o câmbio.
No acumulado do ano, o IPCA tem alta de 3,59%, maior do que o registrado em igual período do ano passado (2,50%). Nos últimos doze meses, o IPCA acumula alta de 4,05%.
Os preços do grupo Transportes passaram de inflação para deflação em novembro, de alta de 0,92% para queda de 0,74. Outros grupos que apresentaram deflação foram os de Habitação (-0,71%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,71%) e Comunicação (-0,07%). Apesar de registrar inflação, o grupo de alimentação e bebidas desacelerou 0,2 ponto porcentual em novembro, para 0,39% – o que ajudou o indicador a registrar deflação.
Combustíveis
O grupo dos Transportes, que em outubro apresentou a maior variação positiva e, como consequência, o maior impacto entre os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, em novembro inverteu o sentido e mostrou-se com a maior variação negativa e puxando todo o indicador para baixo.
O instituto explica que os combustíveis tiveram uma variação negativa de 2,42%. A gasolina ficou, em média, 3,07% mais barata em novembro. Já as quedas do óleo diesel e do etanol foram menos intensas, de 0,58% e de 0,52%, respectivamente. No mês anterior, esses dois combustíveis registraram altas de 2,45% e 4,07%, na ordem. O gás veicular manteve a trajetória de alta, passando de 0,06% para 5,45% em novembro.