IPCA-15 sobe 0,40% em dezembro e encerra 2023 acima das previsões
Inflação medida pelo índice quase encosta no teto da meta, mas segue controlada pelo BC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerando a prévia da inflação, registrou um aumento de 0,40% dos preços em dezembro, bem acima das previsões do mercado, que giravam em torno de 0,27%. Apesar da surpresa negativa, o dado indica uma inflação acumulada de 4,72% em 2023, ainda levemente abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), de 4,75%.
Além disso, o aumento de 0,40% em dezembro consiste na menor variação para o mês desde 2018, quando houve deflação de 0,16%. Já a inflação acumulada de 2023 representa a menor variação desde 2020, ano da eclosão da pandemia de Covid-19, quando os preços subiram 4,23%. A inflação medida pelo IPCA ficou em 10,42% em 2021 e em 5,90% em 2022.
O IPCA-15 é uma medição preliminar do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, também elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso do IPCA-15, a medição ocorre na segunda metade do mês anterior e na primeira metade do mês atual. Já o IPCA é medido ao longo de todo o mês. O índice de dezembro deste deste ano será divulgado em 11 de janeiro de 2024, consolidando a variação dos preços para este ano.
Espera-se uma inflação abaixo do patamar máximo perseguido pelo BC em 2023, mas acima do centro da meta, de 3,25%. A última edição do Boletim Focus, publicado pelo BC na terça-feira, 26, aposta em uma inflação de 4,46% em 2023. Se a previsão se concretizar, será a primeira vez em três anos que o BC consegue domar a inflação como planejado, tendo extrapolado a meta em 2021 e 2022.
Em dezembro de 2022, o IPCA-15 teve alta superior a deste ano, de 0,52%. A última variação do índice em dezembro de 2023 foi puxada especialmente pelo setor de transportes, que subiu 0,77% em dezembro. O destaque negativo ficou para as passagens aéreas, cujos preços subiram pouco mais de 9% e sozinhas impactaram o IPCA-15 em 0,09 ponto percentual. Também parte do recorte dos transportes, os combustíveis tiveram desempenho melhor, com deflação de 0,27% em dezembro.