Os investimentos estrangeiros diretos (aqueles destinados ao setor produtivo, como a construção de uma fábrica) voltaram a ser suficientes para cobrir o rombo nas contas externas em outubro. Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pelo Banco Central, os aportes feitos por estrangeiros somaram 6,71 bilhões de dólares no mês passado. Pelos cálculos do Banco Central, o volume chegaria a 5,7 bilhões de dólares.
No acumulado de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma 54,92 bilhões de dólares. No acumulado dos últimos doze meses, o saldo ficou em 70,72 bilhões de dólares, o que representa 3,84% do produto interno bruto (PIB).
Os números levam em conta a nova metodologia do BC para as estatísticas de setor externo. Com a mudança, o Banco Central introduziu nas estatísticas o conceito de “lucros reinvestidos” – que ocorre quando uma empresa obteve um lucro e decide manter esses recursos no Brasil em vez de repatriá-los para a matriz. Essa nova conta tem impacto no registro do investimento direto, mas não afeta o fluxo cambial. Em outubro, os lucros reinvestidos ficaram negativos em 673 milhões de dólares.
“Retornamos àquela situação na qual o investimento estrangeiro direto financia integralmente o déficit em transações correntes. É a primeira vez no ano que isso acontece”, disse Fernando Rocha, chefe-adjunto do departamento econômico do Banco Central. O Brasil registrou déficit em transações correntes de 4,16 bilhões de dólares em outubro, acumulando em doze meses saldo negativo, segundo o BC.
(Com Estadão Conteúdo)