Inflação nos ares: alta dos preços na taxa de bagagem é de até 99%
Além do aumento nas passagens, as malas também sobem; menos de um mês após Latam anunciar mudanças em seus preços, a Gol segue o mesmo caminho
A inflação não dá trégua. Além da alta dos preços das passagens — que em março subiram até 139% no Brasil, conforme mostrou VEJA —, o aumento também chegou a alguns serviços prestados pelas aéreas. A Gol seguiu a Latam e anunciou aumento nas taxas cobradas pela companhia sobre bagagens despachadas, tanto em voos internacionais como domésticos. Para malas adicionais contratadas 48 horas antes de uma viagem doméstica, o valor subiu de 80 reais para 95 reais. Para uma segunda mala, o valor sobe de 120 para 129 reais. As novas taxas passam a valer já esta semana.
Em comunicado, a Gol afirmou que o reajuste “se deve ao atual cenário de aumento de custos na aviação comercial, e ainda como forma de adequação aos valores praticados pelo mercado”.
Os maiores aumentos concentram-se nas viagens internacionais, nas quais a taxa paga sobre uma mala extra com 48 horas de antecedência foi de 100 reais para 199 reais, acréscimo de praticamente 100% do valor anterior. Já, no caso de uma segunda bagagem, também requisitada com 48 horas de antecedência, deixam de ser cobrados 150 reais para valer a taxa de 249 reais, 66% a mais. Se pedidas com menor antecedência, a primeira mala, antes taxada em 180 reais, tem um custo de 229 reais, enquanto a segunda sai por 279 reais, valor que antes era de 250 reais.
O custo de malas adicionais sem pedido com antecedência no caso de voos domésticos não foi alterado. Da mesma maneira, permanecem as taxas sobre terceiras, quartas ou quintas malas, independentemente do destino da viagem.
Com as alterações, a companhia se junta à Latam, que no dia 14 de março havia anunciado reajustes de preços sobre bagagens. Sobre o assunto, a empresa resultante da fusão entre a Lan e a Tam disse que “permanece atenta à vulnerabilidade externa em função da guerra na Ucrânia, que impacta diretamente no preço do petróleo e, consequentemente, na alta do preço do querosene da aviação (QAV) e nos custos da empresa. (…) também impacta em aumento de preços das passagens e serviços adicionais da ordem de 25% a 30%”. Em post no LinkedIn, o CEO da Latam, Jerome Cadier, lamentou a guerra e suas consequências para a aviação.
As taxas de bagagem passaram a ser cobradas em 2019 e compõem o preço pago na hora da viagem. A alta nos valores cobrados pelas companhias aéreas influencia a inflação. As viagens entram no grupo dos transportes, que tem maior peso no indicador oficial de inflação, e puxam os preços pra cima junto com os combustíveis.