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Inflação dos EUA vem dentro da expectativa e crescem apostas em mais cortes de juros

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% e manteve a mesma variação do mês passado

Por Camila Pati Atualizado em 13 nov 2024, 12h46 - Publicado em 13 nov 2024, 11h40

A inflação de outubro nos Estados Unidos medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) veio dentro das expectativas do mercado. O CPI subiu 0,2% e manteve a mesma variação do mês passado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 13. 

No caso do núcleo do indicador, que retira preços mais voláteis, como alimentos e energia, houve uma inflação de 0,3% no mês. Nos últimos 12 meses, o índice subiu 2,6%, com alta de 3,3% no núcleo. 

Em relação aos resultados por segmentos, o índice de habitação aumentou 0,4% em outubro, representando mais da metade do aumento mensal da inflação. O índice de alimentos também teve alta no mês, subindo 0,2%, com o índice de alimentos para consumo doméstico subindo 0,1% e o índice de alimentação fora de casa aumentando 0,2%. 

Depois de cair 1,9% em setembro, o índice de energia permaneceu inalterado no mês, mas nos últimos 12 meses encerrados em outubro diminuiu 4,9%, enquanto o índice de alimentos aumentou 2,1% no último ano.

Com o resultado do CPI, crescem as apostas em cortes de juros

Segundo a ferramenta CME Fedwatch, as apostas em corte de juros em dezembro subiram para 75,7%. Há um dia, o percentual era de 58,7%. Já a chance de manutenção das taxas na faixa 4,50%-4,75% caiu de 41,3% a 24,3%, no mesmo intervalo.

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Na semana passada, em um movimento amplamente antecipado pelos mercados, o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), cortou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, reduzindo para a faixa de 4,75% a 4,5%. Foi a segunda redução consecutiva desde que sinais concretos de desinflação começaram a aparecer na economia dos Estados Unidos.

O economista Keone Kojin, da Valor Investimentos, diz que o resultado não deve mudar a probabilidade de redução de juros de 0,25. Mas a manutenção da taxa ainda está na mesa por causa de uma expectativa de maior pressão inflacionária com o governo Trump. “Entre os principais motivos disso são a expectativa desse novo governo ou de as propostas de Trump trazerem uma inflação mais elevada ou manterem a inflação elevada por mais tempo. Isso, em uma reavaliação mais próxima da reunião, pode ser que seja levado em conta.” Mas, por enquanto, a maior probabilidade, segundo ele, é que o FED continue reduzindo juros no mesmo ritmo de 0,25%.

A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. No entanto, a economia americana continua apresentando um ritmo relativamente forte, considerando toda a alta de juros nos últimos anos. Isso preocupa e é algo também que deve ficar em observação. Se a inflação ou o ritmo da economia americana se mantiver forte, eles não devem conseguir diminuir juros como o esperado. Mas tudo isso fica aí em observação”, diz.

Gustavo Sung, economista- chefe da Suno Research, também acredita que o resultado deve “manter o plano de voo da política monetária” nos Estados Unidos. “Nossa expectativa é de mais um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro. Já para 2025-26, a tendência é que o ciclo de ajuste continue”, diz Sung.

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