Inflação acelera acima do esperado nos EUA em junho e chega a 9,1%
É a maior escalada de preços desde 1981 e a consequência pode ser mais aumento de juros e do risco de recessão
![WASHINGTON, DC - JULY 12: U.S. President Joe Biden listens to Mexican President Andres Manuel Lopez Obrador as they talk to journalists in the Oval Office at the White House on July 12, 2022 in Washington, DC. This is the first meeting between the two North American leaders since Obrador did not to attend the Summit of the Americas last month in Los Angeles because the White House refused to invite leaders from Cuba, Nicaragua and Venezuela. Chris Kelponis-Pool/Getty Images/AFP (Photo by POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/07/063_1408269133.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Bem acima do esperado, a inflação nos Estados Unidos subiu para 9,1% em junho, no acúmulo anual, um recorde de mais de quatro décadas. Os preços da gasolina e alimentos, novamente, alavancaram essa alta histórica. O índice de preços saltou 1,3% no mês, após subir 1% em maio, conforme os dados divulgados hoje,13, pela Secretaria de Estatísticas de Trabalho dos EUA.
A previsão média era de aumento em 8,8% no ano, já considerado alto. Só o setor de energia está com aumento de 41,6% no acúmulo anual, enquanto o de alimentos pesa na inflação com 10,4% de aumento. Com os dados de hoje, há um forte estímulo para Federal Reserve – o banco central do país – continuar aumentando os juros para desacelerar a economia, a fim de conter a inflação.
Dessa forma, há um maior risco de recessão. “Diante de juros maiores e política monetária restritiva, o menor dinamismo econômico provoca menor confiança no presente e futuro, o que reduz os gastos e investimentos, provocando um movimento de menor contratação e nível de emprego”, diz o economista Carlos Caixeta, membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Esse cenário previsto de retração econônica é o motivo pela tese de “insustentabilidade” na atual taxa de emprego no país.
Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, os dado de inflação em junho reforçam a postura “hawkish”, isto é, mais agressiva no aumento de juros. “Na reunião entre 26 e 27 de julho, é precificada pelo mercado a manutenção no ritmo de elevação dos juros em 0,75 ponto, para o patamar entre 2,25% e 2,5%”, avalia. Se os juros chegarem a esse nível, será novamente um novo recorde e mais um indicador de uma possível intensa recessão para a economia americana no próximo ano.
Em nota oficial, divulgada pela Casa Branca, Biden mencionou o persistente impacto da Covid-19 e da Guerra na Ucrânia para a escalada de preços no mundo, assim como ressaltou a independência do Federal Reserve no combate à inflação. “Vou demandar ao Congresso, este mês, uma legislação para reduzir os custos das despesas diárias que estão atingindo as famílias americanas, incluindo medicamentos, contas de serviços públicos e seguro de saúde”, destaca o presidente, como medida de curto prazo para conter a inflação.