Indústria banca R$ 7,5 bi anuais em serviços públicos
Custo desses serviços eleva em 0,96% os preços do setor, revela a Fiesp
O país tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo, mas não oferece serviços de qualidade ou suficientes, como contrapartida, na maioria das áreas
Além de arcar com o peso excessivo da carga tributária sobre seus custos, a indústria se vê obrigada a desembolsar 7,5 bilhões de reais por ano para bancar serviços de saúde, previdência e assistência aos funcionários, cuja atribuição é do estado. O custo desses serviços, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), eleva em 0,96% os preços do setor, prejudicando tanto o consumidor quanto o produto brasileiro, que perde espaço para a concorrência internacional. “O problema é que o governo brasileiro arrecada muito e gasta mal o dinheiro dos impostos”, diz o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, responsável pela pesquisa, que ouviu cerca de 1.200 empresas do setor.
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O executivo argumenta que o país tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo, mas não oferece serviços de qualidade ou suficientes, como contrapartida, na maioria das áreas. Diante desse quadro, os gastos com esses serviços acabam saindo do bolso do contribuinte, o que representa um peso extra na carga tributária. “As empresas oferecem serviços que deveriam ser financiados com recursos tributários, porque consideram importante para melhoria na qualidade de vida e bem estar dos funcionários, o que resulta em melhor desempenho das atividades profissionais”, ressalta Roriz Coelho.
Somente com planos de saúde, a indústria de transformação gasta 6,44 bilhões de reais anuais, o equivalente a 0,38% do faturamento do setor. Os serviços oferecidos pelas empresas também contemplam planos odontológicos, subsídios para aquisição de medicamentos e serviços diversos para prevenção de doenças, o que representa ônus de 647 milhões de reais por ano, ou 0,038% do faturamento.
(Com Estadão Conteúdo)