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Indústria aponta crescimento recorde em agosto e indica retomada

PMI subiu de 58,2 para 64,7, com recorde em pedidos, produção e compras, bem como na empregabilidade

Por Luisa Purchio Atualizado em 1 set 2020, 14h12 - Publicado em 1 set 2020, 13h49

Dados divulgados na manhã dessa terça-feira, 1º, pela consultoria britânica IHS Markit mostram que o setor industrial  brasileiro segue recuperação robusta. Em agosto, foram registrados recordes no crescimento de pedidos, produção e compras, bem como na empregabilidade – a criação de postos de trabalho ficou no maior patamar dos últimos dez anos e meio. O Índice Gerente de Compras – PMI foi de 64,7 em agosto, o maior desde fevereiro de 2006, início da coleta de dados. Esse é o terceiro mês consecutivo em que o número fica acima de 50, o que significa que o crescimento vem ocorrendo constantemente, desde junho. Em julho, o número foi de 58,2.

“As taxas de crescimento nos volumes de produção e de novos pedidos atingiram os seus níveis mais elevados até hoje e ajudaram a impulsionar um aumento sem precedentes na atividade de compra. Como resultado, a contratação de funcionários deu um salto, com o crescimento no nível de empregos sendo o melhor em mais de uma década”, diz Paul Smith, diretor de Economia da IHS Markit, em comentário sobre os dados.

Ao mesmo tempo, o PIB divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados que vão de abril a junho de 2020, mostra que no período houve grande retração na indústria: o setor caiu 12,3% no segundo trimestre quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Como da IHS Markit foram coletados entre os dias 12 e 21 de agosto e mostram recuperação significativa, isso pode ser um sinal de que o PIB no terceiro trimestre de 2020 será melhor que no segundo caso não haja uma grande intempérie que impacte significativamente na economia brasileira nesse mês de setembro. É nessa perspectiva que o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar em recuperação em “V” — jargão econômico para rápido crescimento após uma queda brusca. “Isso é lá atrás, isso é um impacto de lá atrás. Nós estamos decolando em V. Esse é o barulho do raio que caiu em abril”, disse Guedes na manhã desta terça-feira no Palácio da Alvorada, ao comentar os números do PIB do 2º trimestre.

Outro dado importante mostrado pelo estudo é em relação a queda do lucro na atividade industrial, devido ao câmbio e à escassez nos insumos dos fornecedores, o que deve ser atentado para não influenciar negativamente nos próximos resultados. “Dificuldades logísticas entre os fornecedores levaram a um alongamento nítido nos prazos de entrega e limitaram o crescimento no mês. Além disso, a escassez de insumos e as taxas de câmbio desfavoráveis induziram um ritmo de inflação de custo de insumos extremamente elevado”, diz Smith.

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