Indicador industrial desacelera em outubro ao menor ritmo em 16 meses
PMI registrou desaceleração em relação a setembro e o menor índice desde junho do ano passado; crise na cadeia de suprimentos motiva resultado
A atividade no setor manufatureiro do Brasil chegou em outubro ao menor ritmo em 16 meses. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) caiu a 51,7 em outubro, bem abaixo da marca de 54,4 de setembro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 1º pela consultoria IHS Markit.
As retrações na produção e nas encomendas em meio a escassez de materiais básicos ocorrem enquanto a confiança desceu ao menor índice desde junho de 2020 com ameaças ao cenário advindas de instabilidade política e de preços. Apesar da queda, este é o 17º mês consecutivo em que o indicador fica acima do nível neutro, de 50 pontos, o que indica crescimento.
“Os problemas prolongados na cadeia de suprimentos aumentaram consideravelmente de proporção, após um recuo em setembro. Os cronogramas de produção foram prejudicados e os clientes adiaram compras”, afirma em nota a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna de Lima.
“Vendas também foram perdidas devido à relutância entre os clientes a pagar mais por determinados produtos. Os aumentos dos custos foram transferidos para os clientes por meio de outro aumento mensal nos preços de bens finais”, afirma Lima. Como reflexo da escassez de matérias-primas, os custos de insumos tiveram um aumento acentuado, o maior na série histórica anterior a agosto de 2020, e a mesma tendência foi registrada para o preço dos bens. Ainda de acordo com o levantamento, a produção apresentou o primeiro declínio desde abril, em ritmo moderado, assim como o volume de novos pedidos.