Por Altamiro Silva Júnior e Aline Bronzati
São Paulo – A inadimplência atingiu um nível de estabilidade e os dados sugerem que ela pode começar a cair, destaca o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi nesta segunda-feira em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados trimestrais do banco. Essa redução pode ter impacto nas despesas com provisões nos próximos trimestres.
“Continuamos tendo política prudente de provisionamento”, afirmou. Trabuco destaca que há um processo de desalavancagem das empresas, renegociação de dívidas e uma nova composição de produtos de empréstimos do banco, com carteiras de menor risco ganhando espaço. O Bradesco fechou o segundo trimestre com inadimplência de 4,2%, considerando os atrasos acima de 90 dias, ante 4,1% no período anterior.
Sobre o crédito, Trabuco destacou que o banco mudou a projeção, baixando a expectativa de alta para um patamar “extremamente realista”, de 14% a 18% em 2012, ante um intervalo anteriormente previsto de 18% a 22%.
Além disso, ele destacou que essas taxas ainda são “excepcionais”, considerando o menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o desempenho dos empréstimos em outros países.
“A mudança da economia brasileira nos últimos anos criou um novo momento para o Bradesco”, disse Trabuco. “Procuramos alcançar forte sinergia entre produtos da área financeira e da área de seguros”, disse o presidente do banco, destacando que a área de seguros é uma das com maior potencial de crescimento.
Trabuco reforçou que o Bradesco busca um nível adequado de provisões e melhorar a eficiência, além de manter a estratégia de crescimento orgânico.
Para 2012, o executivo destacou que o banco vai investir R$ 5 bilhões, principalmente em tecnologia, infraestrutura e modernização de redes de atendimento e equipamentos. “Isso dá ideia do compromisso que nós temos com o crescimento brasileiro.”