Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Importadores de combustíveis pedem que Cade freie descontos da Petrobras

Para associação, preços praticados pela empresa não são transparentes e prejudicam o mercado; 31% do diesel vendido no Brasil hoje é importado

Por Felipe Mendes Atualizado em 30 jun 2023, 19h42 - Publicado em 30 jun 2023, 18h46

Os excessivos cortes no preço dos combustíveis pela Petrobras estão se tornando um pesadelo para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, a Abicom. Com a redução de 5,3% no valor médio da gasolina anunciada nesta sexta-feira, 30, a entidade estima que os postos de gasolina no Brasil amanhecerão na próxima segunda-feira com uma defasagem aproximada de 50 centavos por litro frente ao que seria considerado o preço ideal de acordo com o mercado internacional.

Com a operação prejudicada frente às mudanças executadas pela Petrobras, Sergio Araújo, presidente da Abicom, pede um posicionamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) alegando práticas anticoncorrenciais. “Nós acreditamos que o Cade está atento a isso e estamos na expectativa de um posicionamento deles”, diz ele a VEJA.

Antes da última redução no preço da gasolina, o combustível já apresentava uma defasagem de 34 centavos por litro frente ao preço ideal, segundo as contas da Abicom. Agora, esse montante deve subir para entre 45 e 50 centavos o litro. “Quando a gente vê um agente dominante praticando preços irreais e abaixo da paridade, isso gera insegurança, gera falta de sensibilidade, e é uma sinalização muito ruim para o mercado”, diz Araújo. Em 2022, 31% do diesel e 14% da gasolina comercializados no Brasil foram importados, já que o país não é autossuficiente no refino dos combustíveis. Mesmo com a maior dificuldade para os importadores, Araújo não prevê desabastecimento do mercado, sobretudo em relação à gasolina.

Para ele, há claramente uma interferência por parte de seu acionista majoritário, o governo federal, na formação de preços da empresa. Em outras palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria repetindo práticas semelhantes as de seu predecessor, Jair Bolsonaro, em relação a petroleira. “Desde 2019, a Petrobras tem atendido a solicitações ou determinações do governo federal e vem praticando regularmente preços abaixo da paridade. Isso inviabiliza a operação de agentes privados”, lamenta. “Como o Brasil é um país importador, que não tem capacidade de refinar os principais combustíveis, deveria estar praticando preços alinhados à paridade na importação.”

Araújo pede o cumprimento de um acordo firmado entre o Cade e a Petrobras em 2019, onde se previa a venda de oito das 13 unidades de refino da empresa, tendo em vista a tentativa de desfazer a posição dominante da empresa no mercado. A Petrobras tinha até dezembro de 2021 para dar vazão ao plano. Apenas metade do parque de refino da companhia foi, de fato, vendido. “Nós acreditamos que o Cade está atento a esses procedimentos da Petrobras. O Cade deve estar olhando para isso. Essas quatro refinarias vendidas até agora representam um pouco mais de 15% da capacidade de refino. Ou seja, a condição de agente fortemente dominante está mantida”, diz ele. “Sem dúvidas, precisa ter uma atenção do Cade para que a Petrobras não atue provocando desequilíbrios concorrenciais no mercado.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.