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Ibovespa rompe novamente a barreira dos 100 mil pontos

Dados de emprego nos EUA indicam melhora do mercado de trabalho por lá e ajudaram a retomar esse patamar psicológico

Por Luisa Purchio Atualizado em 9 jul 2020, 11h00 - Publicado em 9 jul 2020, 10h50

Na manhã dessa quinta-feira, 9, o Ibovespa ultrapassou a marca dos 100.000 pontos, patamar que havia sido perdido no período mais crítico da pandemia no Brasil, em março. Novos indícios de retomada da economia foram sinalizados na manhã desta quinta-feira, 9, o que ajudou a bolsa a subir nos primeiros minutos do pregão. Os dados do emprego americano são muito importantes porque indicam que as demissões estão diminuindo na primeira economia do mundo e que ele segue em recuperação gradativa. Como não poderia deixar de ser, impactou as bolsas brasileiras, que seguem no mesmo caminho de otimismo.

Os pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos na semana passada foram abaixo do esperado. Os dados trazem otimismo principalmente devido à preocupação de que os novos recordes de casos de Covid-19 no Texas e na Flórida poderiam impactar negativamente o mercado de trabalho. O Departamento de Trabalho dos EUA informou nessa quinta-feira que na semana passada o número de pessoas que pediram o benefício foram 1,314 milhões, 99.000 a menos que a expectativa. Além disso, na semana anterior os índices divulgados foram revisados para baixo em 63 mil solicitações. “O relatório semanal de solicitações de seguro desemprego mostrou que tudo está indo na direção certa, mas a situação ainda é sombria. A recente onda de novos casos de coronavírus ainda não está afetando o mercado de trabalho e muitos investidores estão dando um suspiro temporário de alívio”, afirma Edward Moya, da Oanda.

Apesar de ter atingido a marca simbólica, minutos depois o Ibovespa reduziu a alta e passou a girar em torno de 99.500 pontos, seguindo a tendência de alta volatilidade que vem predominando na crise do novo coronavírus. Em 2019, apesar de ter atingido a marca histórica em uma oscilação diária no dia 18 de março, a bolsa brasileira apenas fechou em patamar superior aos 100 mil pontos três meses depois, no dia 19 de junho, na qual permaneceu por 39 dias consecutivos.

A instabilidade política agravada pelas denúncias de disseminação de fake News por um assessor especial de Bolsonaro é um dos motivos que deixam os investidores ressabiados. “O mercado global estava favorável para os ativos de risco”, diz Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. Agora, porém, o cenário é bastante diferente e, apesar da tendência de alta, ainda há riscos no horizonte. “Tecer uma previsão de que a tendência será apenas de alta é algo difícil de se fazer, mas acreditamos em uma recuperação cada vez melhor dos países”, diz ela.

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Além disso, o cenário de instabilidade deve se manter até que seja implementado um remédio ou uma vacina contra o novo coronavírus. Essa situação se reflete bem na divulgação na manhã de hoje do Indicador Composto Avançado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O índice que reflete os movimentos da economia apresentou em junho “melhora significativa a partir da desaceleração sem precedente” causada pela pandemia, mas “continua abaixo dos níveis de antes da pandemia e bem abaixo das tendências de longo prazo”.

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