Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Ibovespa recua pressionado por cenário externo e escândalo financeiro doméstico

Mercado local digere a prisão de um CEO e a liquidação do Banco Master, fruto da Operação Compliance Zero

Por Carolina Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 nov 2025, 11h20 - Publicado em 18 nov 2025, 11h07

O Ibovespa abriu em queda nesta terça-feira (18) com 156 000 pontos. A principal pressão veio do cenário externo desfavorável, onde a cautela impera. Os investidores estrangeiros demonstram hesitação diante da recente e expressiva valorização das ações de tecnologia nos Estados Unidos, justamente às vésperas de um momento crucial: a divulgação dos aguardados resultados da Nvidia, prevista para a quarta-feira.

Tempestade Doméstica: Fraude e Liquidação

Em paralelo à turbulência global, o mercado doméstico foi abalado por uma notícia de alto impacto: os desdobramentos da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O foco da operação é o combate à emissão de instrumentos de crédito fraudulentos que supostamente teriam sido forjados por instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional. A gravidade da situação foi sublinhada pela prisão do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, ocorrida na noite de segunda-feira. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, estimou que o montante total do esquema de fraude alcança 12 bilhões de reais. Como resposta imediata, o Banco Central (BC) agiu rapidamente, anunciando a liquidação extrajudicial do Banco Master.

Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a reação negativa nas ações dos grandes bancos reflete o receio de que o consumo de recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) exija contribuições extras por parte das instituições financeiras para recompor o patrimônio do fundo. “Apesar da volatilidade imediata e do impacto no Ibovespa, a leitura é de que o evento não contamina os fundamentos do sistema financeiro nacional e nem gera risco sistêmico, tratando-se de um ajuste pontual”, disse Bruno.

Os setores mais sensíveis ao noticiário doméstico e à aversão ao risco sentiram o impacto. Os grandes bancos abriram integralmente no campo negativo: o Bradesco (BBDC4) liderou as perdas com uma queda de -1,24%, seguido de perto pelo Banco do Brasil (BBAS3), que registrou baixa de -0,80%. O Itaú (ITUB4) e o Santander (SANB11) também acompanharam o movimento, com desvalorizações de -0,69% e -0,24%, respectivamente.

Em contraste parcial, o setor de varejo apresentou um desempenho mais dividido. As ações da Americanas (AMER3) surpreenderam e lideraram os ganhos com uma alta de 2,11%, acompanhada pela Arezzo (AZZA3), que subiu 1,24%. No lado das quedas, figuraram nomes como Petz (PETZ3) com -0,75% e Renner (LREN3) com -0,40%.

Continua após a publicidade

Cenário internacional

O panorama internacional adiciona camadas de complexidade. A expectativa de um corte iminente na taxa de juros dos EUA pelo Federal Reserve (Fed) diminuiu, o que tem um efeito restritivo sobre o apetite por risco globalmente. Além disso, os investidores norte-americanos aguardam a retomada da divulgação de dados oficiais sobre o mercado de trabalho na quinta-feira, após um período de escassez de informações econômicas provocado pela paralisação shutdown do governo federal.

No mercado de câmbio, o dólar reagiu ao nervosismo, sendo negociado a 5,34 reais por volta das 11h. Nas bolsas de Wall Street, os índices futuros refletiam o clima de cautela: o Dow Jones Futuro recuava 0,88%, o S&P Futuro tinha uma queda de 0,71% e o Nasdaq Futuro, índice com alta concentração de empresas de tecnologia, registrava uma baixa de 0,88%.

A pressão sobre as big techs também veio da Europa, onde a Comissão Europeia lançou três investigações de mercado contra os serviços de computação em nuvem da Amazon e da Microsoft. Essas ações são embasadas na Lei dos Mercados Digitais (DMA), que busca frear o poder de mercado das gigantes de tecnologia e promover uma concorrência mais justa para players menores. Duas das investigações buscam determinar se as empresas devem ser classificadas como intermediárias para seus serviços de cloud computing sob a nova legislação.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.