IBGE aumenta projeção da safra de grãos de 2019 para 230,1 mi toneladas
Segundo o instituto, bom desempenho da agricultura é puxado pelos plantios de milho e algodão
O Brasil deve produzir 230,1 milhões de toneladas de grãos em 2019, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção aumentou 0,3% em março comparado ao que foi previsto no mês anterior. Com isso, a expectativa é que a safra seja a segunda maior da série histórica, contabilizada desde 1975, perdendo apenas para o ano de 2017.
Em comparação a 2018, o crescimento da produção deve ser de 1,6%, enquanto a área colhida aumentará 2,3%, segundo as projeções.
A previsão para a safra brasileira é divulgada mensalmente pelo IBGE. A melhora na estimativa de março é fruto do otimismo em relação à segunda safra do milho e ao algodão, que deve ter produção recorde neste ano, de 6,2 milhões de toneladas.
“A soja caiu um pouco em consequência ainda do mau tempo no final do ano passado, mas a segunda safra do milho [referente ao que foi produzido entre janeiro e março] está crescendo 6,7% em relação a 2018, porque o clima está ajudando. Por ter começado a chover antes do habitual, o ano agrícola permitiu o plantio da soja mais cedo e abriu a janela de plantio para a segunda safra do milho”, explica o gerente do levantamento, Carlos Antônio Barradas.
Já o bom desempenho do algodão está relacionado, de acordo com ele, ao preço do produto, que está em alta no mercado. “A produção cresceu 12,2% em relação ao mês anterior. A estimativa é o recorde da série do IBGE para esse produto. O produtor ganhou dinheiro com o algodão no ano passado, porque estava com um bom preço, por isso ele decidiu investir novamente neste ano”, diz Barradas.
Apesar do já alto patamar, a safra deste ano pode ter novos aumentos, a depender do clima. “Daqui para frente, o total da safra vai depender do clima em relação à segunda safra do milho e à safra de inverno, com o trigo. Se a chuva firmar, ainda podemos ter uma produção maior”, complementa.