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Haddad mira juros do cartão de crédito e dá prazo de 90 dias para queda

Governo discute com bancos e varejo um novo modelo para a linha de crédito, com juros de 455% ao ano

Por Larissa Quintino Atualizado em 2 ago 2023, 15h10 - Publicado em 2 ago 2023, 15h00

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 2, que os juros do cartão de crédito rotativo vão cair. Segundo ele, uma solução para as altas taxas, que estão em 455% ao ano, é estudada pelo governo em conjunto com representantes do varejo e do setor financeiro. Haddad deu um prazo de 90 dias para a queda, ou seja, antes do final do ano.

“Vai cair. Quando eu falo gradualmente, não é que vai cair de 430% para 420%. Vai cair muito, mas, mesmo caindo muito, vai continuar alto por um tempo até a gente cumprir uma transição. O que vamos contratar no sistema bancário é uma transição para um sistema que seja mais saudável do que esse”, afirmou Haddad durante o programa Bom Dia, Ministro, da EBC.

Na avaliação do chefe da Fazenda, as taxas atuais do rotativo — as mais altas do mercado — não são razoáveis. “Há um mecanismo em que, se você parcela e paga em dia, ok, está salvo. Mas se tiver uma ocorrência qualquer, você não consegue pagar a parcela do cartão, e cai nesse juro absurdo. E como a pessoa vai sair pagando 400% ao ano? Não há razoabilidade. Vamos tomar providências”, afirmou.

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Selic

Haddad destacou o “freio de arrumação” dado pelo governo na economia neste primeiro semestre – incluindo a redução da inflação, o que abre espaço, segundo ele, para a queda dos juros.  O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia nessa quarta-feira a sua decisão sobre os juros, com expectativa de redução de 0,25 a 0,5 ponto percentual na Selic, que atualmente está em 13,75%. “Está todo mundo trabalhando na mesma direção, para arrumar a casa. Ao arrumar a casa e tendo esses benefícios – queda da inflação, queda do dólar –, tudo isso aponta numa direção técnica de um corte mais consistente. Hoje, o mercado está pendendo mais para 0,5 do que para qualquer outro número”, opinou o ministro.

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