Haddad comemora revisão do S&P e diz que BC precisa se somar a “esforço”
Agência de crédito revisou perspectiva de crédito de neutra para positiva, algo que não acontecia desde 2019
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta quarta-feira, 14, a elevação na perspectiva da nota de crédito do Brasil dada pela agência S&P. Segundo Haddad, o anúncio é relevante e um primeiro sinal para que o país possa retomar o grau de investimento.
A perspectiva do Brasil subiu de estável para positiva. Não havia uma revisão para cima desde 2019. A classificação de risco demonstra a percepção da agência sobre a capacidade de o Brasil honrar suas dívidas e investidores buscam países e empresas com as melhores notas.
Ladeado de seus secretários, Haddad disse que a mudança de perspectiva se deve à harmonia entre os poderes e aproveitou para fazer uma cobrança sutil ao Banco Central sobre o atual patamar da taxa básica de juros, em 13,75%. “A harmonia entre os poderem tem promovido esses resultados ainda modestos, mas muito importantes. Isso sinaliza uma mudança de rota e é algo muito significativo. Falta só o Banco Central se somar a esse esforço, mas quero crer que estejamos próximos de isso acontecer”, disse o ministro, usando um tom mais sutil para cobrar o BC do que o vocalizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros aliados mais próximos. Haddad usou as pressões vindas do setor do varejo e dos bancos para argumentar a favor da queda da Selic. Na próxima quarta-feira, 21, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar sua decisão sobre os juros.
De acordo com a S&P, o crescimento do PIB e a “organização da política fiscal”, com a aprovação do arcabouço na Câmara e a iminente votação no Senado, são os argumentos usados para a melhora na perspectiva da nota. “Menção ao arcabouço foi feita, à reforma tributária, de corte tributário. Tudo isso foi mencionado na nota. Importante que uma agência externa consiga observar esses avanços. Se mantivermos o ritmo de trabalho, quero crer que vamos conseguir atingir objetivos”, disse Haddad ao agradecer nominalmente os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).