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Guedes articula junto à oposição pela reforma do IR — para fúria de Lira

O ministro chegou a procurar a oposição para dar vazão à proposta de alterações no Imposto de Renda, o que desagradou o presidente da Câmara

Por Victor Irajá Atualizado em 20 ago 2021, 19h41 - Publicado em 20 ago 2021, 13h38

Não estão fáceis as tratativas pela aprovação da reforma do Imposto de Renda, proposta pelo Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes chegou a procurar a oposição para conseguir avançar com as alterações que pretende fazer no projeto, para a fúria do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Depois de o projeto ser entregue ao Congresso Nacional, Guedes perdeu as rédeas da articulação do projeto para os deputados que trabalham com o texto. Para tentar dar andamento ao tema, o ministro ligou para o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), na última quarta-feira 18, e pediu uma reunião com os parlamentares que fazem frente ao governo. Depois de uma consulta aos demais líderes partidários, Molon respondeu positivamente à solicitação de audiência do ministro. Seria na próxima terça-feira, 24. Seria.

Dias depois, constrangido, Guedes telefonou a Molon para desmarcar o papo. “Uma parcela do Parlamento acha que posso atrapalhar as negociações”, confessou ao deputado do PSB. A parcela tem nome e sobrenome: Arthur Lira, que, além de presidente da Câmara, é a principal cabeça do Centrão. Lira temia perder o protagonismo e também que Guedes e a oposição se entendessem sobre temas afeitos aos dois, a respeito da taxação de lucros e dividendos e a redução dos limites para a declaração do Imposto de Renda de forma simplificada. O presidente da Câmara temia que os interesses do Centrão fossem sobrepostos pelos do governo junto, por incrível que pareça, à oposição, formada por partidos como o próprio PSB, o PSOL e o PT.

O interesse da oposição envolvia aprofundar a progressividade da tributação e alterar o relatório do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) para que o texto não apresentasse a limitação de 40 mil reais para a declaração do IR de forma simplificada, como propôs o governo. O fato de Lira ter barrado as costuras mostra o quanto o governo está refém do Centrão e, de quebra, o quanto o papel de articulador de Paulo Guedes tem sido deixado em segundo plano. Desde a ascensão de nomes fortes do bloco agora governista a cargos-chave no coração do governo, as costuras do ministro foram transferidas aos “profissionais” da política. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, foram escolhidos como s grandes articuladores do governo junto ao Congresso Nacional.

O entrave denota uma escolha de Sofia do Ministério da Economia, para conseguir dar vazão aos seus planos. Num raro aceno positivo por parte de partidos à esquerda para uma proposta desenhada pelo Ministério da Economia, Guedes foi barrado por um aliado de primeira hora. Mas afastar os aliados seria uma má opção. O ministro entende que ter o apoio de Lira na empreitada é relevante, e não quer desagradar o presidente da Câmara que, sim, tem dado andamento às propostas enviadas pelo Ministério da Economia. Antes, porém, lotada de expectativas de que seria uma proposta de fácil andamento, a reforma do IR mostrou-se de difícil trâmite no Congresso Nacional. Por duas semanas consecutivas, Lira tentou fazer o texto avançar. Mas não teve sucesso pela complexidade da questão e de resistências que enfrentou em diversos espectros da sociedade.

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